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Salário de vereadores da região sobe 87% em 10 anos

Índice de reajustes supera inflação no período, de até 59%; entre prefeitos, alta foi de 57%

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
02/02/2014 | 07:23
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Ricardo Trida/DGABC


Os salários dos vereadores no Grande ABC subiram mais do que a inflação entre 2004 e 2014. Vencimento dos parlamentares cresceu 87% no período, enquanto principais índices econômicos que mensuram alta de no máximo 59,04% nos últimos dez anos.
Remuneração média dos vereadores da região saltou de R$ 6.080,86 em 2004 para R$ 11.357,46 para essa legislatura. Há dez anos, eram 135 representantes eleitos nas sete Câmaras. Hoje o número é de 142 – o custo mensal da remuneração de todos os vereadores do Grande ABC passou de R$ 12,3 milhões para R$ 20,3 milhões.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do período foi de 59,04% – a pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) serve como base de cálculo de inflação para quem recebe de um a 40 salários-mínimos.

Outros dois indicadores de inflação também mostraram porcentagens menores do que a variação dos salários dos vereadores da região. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de São Paulo registrou alta de 51,36% e o IPC nacional contabilizou acréscimo de 55,85%.
“Não faz sentido prefeitos e vereadores receberem aumentos de salários maiores do que o funcionalismo. No poder público, precisa haver equilíbrio, o servidor tem de ver que há perspectiva de condições de trabalho e salarial para render mais”, avaliou a presidente do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) e integrante da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Jandyra Uehara Alves.

A dirigente ressaltou que os reajustes aos vencimentos parlamentares só não foram maiores porque em Diadema e em Mauá os índices ficaram próximos dos da inflação no período (veja quadro completo ao lado). “O aumento foi de 56% em duas cidades onde há grande pressão sindical, campanhas salariais e até greve. Sem pressão sindical, o desequilíbrio só tende a aumentar.”

PREFEITOS
Entre os chefes de Executivo da região, o acréscimo nos contracheques nos últimos dez anos foi de 57% – porcentagem próxima ao registro inflacionário da década. A média salarial entre os prefeitos pulou de R$ 13.036,61 para R$ 20.463,18.
Para o prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), que recebe R$ 20 mil mensais, a remuneração “está de bom tamanho”. “Prefeitos não podem ter outra atividade. Precisam se dedicar 24 horas às suas cidades”, alegou.

O peemedebista lamentou o fato de a majoração salarial não poder ser oferecida a todo funcionalismo, “porque o impacto financeiro seria muito grande e o Orçamento certamente iria estourar”. “Infelizmente a realidade é essa. Talvez pudéssemos aumentar salários dos servidores com base em evolução da arrecadação. Assim teríamos uma política de valorização permanente.”
 




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