O Grande ABC ganhou 9.448 aposentados e pensionistas em 2013, de acordo com dados fornecidos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O número é semelhante ao total de empregos com carteira assinada (9.530) criados no ano passado na região, divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

Os números do INSS mostram que, desses novos benefícios, quase a metade (4.323) se refere a aposentadorias por idade e pouco mais de um terço (3.702) é por tempo de contribuição. Por sua vez, de um ano para o outro, caiu o volume de benefícios especiais (redução de 257) e por invalidez (de 135). Já o número de pensões aumentou (foram 1.815 a mais).

Para representantes da categoria, colabora para ampliar o volume de pedidos à Previdência Social a pressão de grandes indústrias sobre funcionários que têm longo tempo de trabalho, para que estes se aposentem e deixem a empresa. Segundo o presidente da AMA (Associação dos Metalúrgicos Aposentados do ABC), Wilson Roberto Ribeiro, grandes companhias do ramo de origem estrangeira adotam essa estratégia no Brasil, enquanto em outros países, a pessoa pode trabalhar até os 70. “Aqui, quando alguém chega aos 53 anos de idade, as empresas já começam a pressionar para ele sair. E, se perde o emprego, terá dificuldade de arrumar outra vaga (na área industrial). Por isso, fica sem alternativa senão se aposentar”, afirma.

Ribeiro afirma ainda que os PDVs (Programas de Demissão Voluntária) – como os abertos pela General Motors e pela Mercedes-Benz em 2013 – são um incentivo para que os mais ‘velhos de casa’ se desliguem. O dirigente ressalta, porém, que, aos 53 de idade, buscar o INSS é desvantajoso, por causa do fator previdenciário, já que, para a pessoa ter rendimento com menor desconto no cálculo, precisaria postergar o pedido até completar 65 anos (caso dos homens).

Na média, o INSS paga R$ 1.327 por mês para o total de 371.674 beneficiários do Grande ABC. Se forem consideradas apenas as aposentadorias (de todos os tipos), o valor sobe para R$ 1.432, e os pensionistas recebem, em média, R$ 1.134.

O diretor de políticas sociais da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antônio Ferreira Rodrigues, cita que é pouco, já que o custo de vida na região é elevado. Segundo ele, por causa do baixo rendimento, pelo menos metade dos aposentados da região é obrigada a voltar ao mercado de trabalho.