Política Titulo Caos
Lauro tenta segurar
médico com bônus

Prefeito de Diadema pretende criar dois tipos de
gratificação para manter profissionais da Saúde

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
17/01/2014 | 07:39
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Orlando Filho/DGABC


Para tentar conter a saída de médicos da rede municipal de Saúde, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), vai implementar gratificação para reforçar o salário dos profissionais.
Serão dois tipos de bônus. Um será a GDP (Gratificação de Desempenho e Produtividade), para os médicos que tiverem os menores registros de faltas durante o mês ou não faltarem.

O governo estuda conceder R$ 1.000 mensais para quem atingir os critérios. O outro, a GP (Gratificação de Licença-Prêmio), caso o funcionário opte por trabalhar ao invés de receber folga aos fins de semana. Nessa bonificação, o especialista pode tirar até R$ 1.000 semanais.

Dessa forma, o prefeito espera manter quem já atua no município e atrair outros profissionais. “O impacto financeiro dessas gratificações está sendo analisado. Devemos implementá-las até o fim de fevereiro”, disse Lauro.

Em Diadema, os salários de médico variam de R$ 3.342,98, para 12 horas semanais, a R$ 11.143.28, para 40 horas semanais, sendo R$ 800 o valor de plantão durante a semana e R$ 1.300 aos fins de semana. Do quadro, 73% dos funcionários já têm outros tipos de gratificação.

A falta de médicos resultou, por exemplo, no encerramento da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de pediatria do Hospital Municipal, em Piraporinha, redução no atendimento da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) do bairro Campestre e na alteração no funcionamento de diversas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Desde janeiro do ano passado, quando Lauro Michels assumiu o Paço, 85 médicos já deixaram suas funções em Diadema – pegou a gestão com 570. Ou seja, o município perdeu um cada quatro dias e meio.

O município recebeu somente um profissional do programa Mais Médicos, do governo federal, e está inscrito na terceira fase do projeto, pleiteando 34 funcionários. A Prefeitura solicitou 35 médicos na segunda fase do programa, mas não foi contemplada.

Para minimizar os transtornos causado pelo deficit na rede municipal, a administração tem prestado atendimento prioritário aos casos de urgência e emergência e organiza escalas de trabalho para atender nos horários de maior demanda.

O chefe do Executivo condicionou o alto índice de pedidos de demissão de médicos da cidade ao fato de eles integrarem o grupo político dos ex-prefeitos petistas Mário Reali e José de Filippi Júnior. Os servidores, porém, são concursados. “Se você for levantar, eles estão indo atuar na Capital (onde Filippi é secretário de Saúde)”, alegou o verde.

Além disso, o prefeito alega que os médicos saíram da administração porque não se adaptaram à metodologia de trabalho da Pasta, comandada pelo ex-vereador José Augusto da Silva Ramos (PSDB). “O que nós queremos aqui é o cumprimento da carga horária”, disse Lauro. “Isso não ocorre (resistência dos profissionais ao secretário) porque eu participei do Seminário de Saúde promovido pela secretaria.”
 




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