O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) da assistente administrativa Patrícia Leandro Marinho, 34 anos, subiu 868% para 2014. O carnê, que no ano passado marcava R$ 136,52, chegou nesta semana à residência da moradora, no loteamento Pôr do Sol, em Piraporinha, em Diadema, com a quantia de R$ 1.321,67. “O aumento é abusivo. Meu salário não subiu nem 10%.”

A casa possui três pavimentos e segue em obras, segundo Patrícia. E até por isso ela aguardava por reajuste no tributo para este ano. “Esperava pelo acréscimo, mas não tanto”, contou. “Nem terminei a reforma, a Prefeitura ainda não expediu toda documentação (para ter a nova base de cálculo do IPTU). Fico imaginando quanto virá de aumento com toda documentação em mãos.”

A residência de Patrícia está localizada em espaço grafado como Aeis (Área Especial de Interesse Social) e foi adquirida por meio de cadastro com a Cooperativa Habitacional Popular. Em 2013, o valor do metro quadrado de seu loteamento era de R$ 203,35. Agora, o metro quadrado custa R$ 490. A quantia venal subiu de R$ 15.251,25 para R$ 257,2 mil.

Segundo o governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), a média de majoração no valor do IPTU é de 13%. A readequação do tributo decorre principalmente pela revisão da PGV (Planta Genérica de Valores), que em setembro foi acrescida em 17%.

OPOSIÇÃO
A bancada do PT se reúne hoje pela manhã para mover ação popular contra o aumento no IPTU. “Há queixa generalizada. O caminho mais provável é o questionamento judicial porque entendemos que o reajuste atual é abusivo”, afirmou o vereador Josa Queiroz (PT). “Podemos hastear essa bandeira (contra o aumento no IPTU) porque fomos contra a revisão da Planta Genérica, em setembro”, adicionou.

A Câmara autorizou o reajuste na PGV numa sessão em que o principal tema foi o acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para zerar dívida da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema). Dos 21 vereadores, 15 foram favoráveis.