Economia Titulo Análise
Prévia do mercado para 2014
Carlos Boschetti
09/01/2014 | 07:07
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Muita gente me pergunta, por conta de minha experiência como empresário e gestor, sobre as tendências de mercado para o ano. Diversas variáveis permeiam os cenários interno e externo e é preciso estar sempre alerta para entender o que pode estar para acontecer. Para qualquer previsão, temos de analisar o cenário internacional e o que acontece com as três locomotivas que tracionam a economia global – as economias norte-americana, chinesa e europeia. Elas afetarão diretamente nossas vidas. Avaliando a economia dos Estados Unidos, tudo indica que está saindo da forte crise que afetou o mundo com a bolha imobiliária. As estimativas são positivas e apontam que vão superar os 3% do crescimento do PIB. Os norte-americanos apostam na recuperação econômica, com solidez nos sistemas financeiro e bancário, liberando credito para incentivar o consumo. Com isso, em 2014 a economia dos Estados Unidos vai atrair muitos investimentos, concentrando boa parte dos dólares ao redor do mundo para o mercado deles.

Já a economia chinesa, por sua vez, que em 2013 teve a menor taxa de crescimento da última década – em torno de 7,5% – poderá voltar a patamar em torno dos 10% ao ano. O terceiro ponto a analisar é a recuperação da comunidade europeia que, pelo que tudo indica, terá o arrocho fiscal das contas dos governos na Espanha, em Portugal, na Itália, na Grécia e na Irlanda. Eles irão equilibrar as finanças e criar a base para a retomada do crescimento e dos investimentos para reduzir o desemprego, principalmente dos jovens.

Além disso, está em curso meganegociação para a criação de zona de livre mercado entre Estados Unidos e a Comunidade Europeia que, se for concretizada, estabelecerá nova era na integração de blocos comerciais, econômicos, científicos, tecnológicos e culturais.

Com tantas variáveis, como estimar o que vai acontecer no Brasil? O grande desafio para a economia brasileira depende da performance dos investimentos e dos gastos do setor público. Nossa economia vem apresentando modesto crescimento nos últimos 15 anos. As previsões indicam que nosso PIB crescerá 1,97%. A inflação estimada é de 5,97% e o dólar vai enfrentar turbulência neste ano de Copa do Mundo, isso sem falar da eleição. Mediante nossos gastos nas contas públicas, é provável que elevaremos o dólar a patamares de R$ 2,75.

Esses fatores podem ser somados a aumentos dos combustíveis, da energia elétrica, do IPTU, do IPVA, do transporte público e dos preços dos alimentos, tais como o do trigo, que impactam nossa alimentação básica e em finanças. Todas as visões são impactantes nas empresas e na renda familiar. Por tudo isso, torna-se vital mudança significativa em nosso sistema de administração e gestão financeira. O gasto excessivo, principalmente por meio do cartão de credito, é o maior sabotador das finanças pessoais. Apesar de cenário sombrio, temos grandes oportunidades de crescimento. O agrobusiness, a energia, os serviços, a indústria, a construção civil, a infraestrutura e a logística são boas apostas. Fique de olho, pois muitas mudanças estão por vir. Prepare-se!
 




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