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Como encontram os fósseis?

O paleontólogo precisa de paciência e esforço para achar, escavar e estudar os restos de dinossauros

Caroline Ropero
05/01/2014 | 07:00
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O primeiro passo para encontrar um fóssil é definir que tipo de animal deseja descobrir. Se forem dinossauros, por exemplo, o paleontólogo (profissional que estuda formas de vida do passado preservadas nas rochas) vai procurar rochas que tenham existido entre 230 milhões e 65 milhões de anos atrás, época em que esses répteis habitaram o planeta.

Em seguida, é preciso achar as rochas sedimentares, pois são nelas que plantas e animais mortos podem ser enterrados para se tornar fósseis. Ao longo de milhões de anos, o calor e a pressão transformam os sedimentos como lama e areia em rochas. O mesmo ocorre com os restos orgânicos (de animais e vegetais).

Tudo isso acontece no fundo dos rios, lagos e do mar. Por causa da mudança de posição dos continentes – no decorrer de milhões de anos – camadas são deslocadas para a superfície e sofrem desgaste graças a ação do vento e das chuvas. Assim, os fósseis são descobertos pelos especialistas.

Quando encontram uma parte do fóssil, os pesquisadores começam a escavar em volta de maneira que não estrague o que foi encontrado. Em seguida, o retiram com ajuda de instrumentos e materiais apropriados, como gesso, martelos, marretas, ponteiras e trinchas. É preciso força, às vezes, e muita habilidade para realizar o trabalho e não quebrar os fósseis.
 
Ao levarem para o laboratório parte da rocha que contém os restos do animal pré-histórico, os especialistas iniciam a retirada do gesso e pedras que recobrem o fóssil. Os profissionais usam pequenas ponteiras, martelos, pincéis e agulhas. Essa atividade é a parte mais demorada, pois precisa ser feita com muito cuidado.
 
Se perceberem que existe mais material na região, montam tendas e se preparam para longa escavação, podendo ficar de dez dias a meses no local. Levam água e comida para os dias de trabalho. Se estiverem próximos de estradas, ficam em hotel.

Para ser paleontólogo, tem de estudar Biologia ou Geologia. Em seguida, deve-se fazer curso de pós-graduação para se especializar na área.

Saiba mais

Pesquisadores já encontraram fósseis de dinossauros em várias partes do mundo, até mesmo na Antártica. A maior quantidade, porém, estava na China, Mongólia, Estados Unidos, Canadá e Argentina.

Um dos sítios paleontológicos (áreas em que pesquisadores encontram fósseis) mais importantes do Brasil e do mundo é o Parque Estadual Vale dos Dinossauros, na cidade de Sousa, na Paraíba. É possível visitar o local.

Na Chapada do Araripe, localizada entre Ceará, Piauí e Pernambuco, existe grande quantidade de fósseis. No local, em 1991, foi encontrada a espécie Santanaraptor Placidus, que viveu há 110 milhões de anos.

Camponeses e turistas encontram muitos materiais pré-históricos

É comum que camponeses que trabalham em fazendas ou turistas que passeiam por local desértico avistem fósseis na superfície e avisem universidades, museus ou centros de pesquisas. Em geral, os materiais são encontrados nas margens dos rios, em locais que sofreram enchente ou durante a construção de estradas, que provoca grande movimento de rochas. Aparecem em terrenos secos e em regiões de deserto. É mais difícil enxergar em lugares com bastante vegetação, como na Amazônia.

Nos Estados Unidos, Alemanha e outras regiões da Europa, existem amadores que ajudam a encontrar e preparar os fósseis. Muitas vezes, esses apaixonados pelo assunto gastam tempo e dinheiro para auxiliar nas escavações. Mas no Brasil é diferente; o trabalho só pode ser realizado por profissionais.

Apesar de muitas pessoas quererem colaborar com os cientistas, em todo o mundo tem quem deseje achar fósseis para vendê-los ilegalmente. Isso atrapalha muito as pesquisas.

Vinícius Pietro Oliveira da Silva, 10 anos, de Santo André, acredita ser difícil encontrar fósseis de dinossauros. “Precisa cavar muito e ter cuidado para não quebrar os ossos.” O menino curte assistir a documentários sobre os animais pré-históricos.

Consultoria de Alexander Kellner, paleontólogo e pesquisador do Museu Nacional/UFRJ.
 




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