Com a proximidade do Natal, nossa equipe pensou: ‘O que fazer de diferente na edição do dia 25 de dezembro?’ E como estamos falando de um caderno de automóveis, nada como esmiuçar uma verdadeira máquina para o deleite de você, leitor.

Claro, não dá para negar que o presente também foi meu, afinal, não é sacrifício nenhum passar cinco dias a bordo do Jaguar XFR, a versão apimentada do sedã XF, que chegou aqui em 2010 e tem como principal concorrente o Audi S6.

Pela bagatela de R$ 450,5 mil (R$ 225,6 mil a mais que a versão de entrada, Luxury), o modelo, mesmo em corpo de sedã, esbanja esportividade. Todo mundo pira.

Aliás, a história já começa no estacionamento do jornal. Na hora de ir embora, praticamente todos os motoristas estavam ao redor do carro – outros dentro, admirando cada detalhe, como o couro que reveste bancos, portas, volante e até mesmo o painel. Qualquer semelhança com carros da Land Rover não é mera coincidência, afinal, ambas as marcas pertencem ao mesmo grupo, encabeçado pela indiana Tata.

Bom, com a chave em mãos – aliás, no bolso – é hora de ligar o carro. Uma luz vermelha pulsa na tecla Start/Stop, que fica no console central. E, quando a fera desperta, tudo se transforma. Banco e volante se movem (possuem memória), saídas de ar se abrem e o câmbio – que parece aqueles botões de rádios antigos – brota. 

Antes, aquela pisada no acelerador para ouvir (e exibir) o gostoso ronco emanado pelo 5.0 Supercharged de oito canecos. Os olhos arregalados de quem está ao redor dizem tudo.

No trânsito, a silhueta de cupê, mas com quatro portas, faz sucesso (e que sucesso!). Muitos, literalmente, param o trânsito para admirar a dianteira do XFR pelo retrovisor. Características? Entradas de ar no capô e grades em formato de colmeia. Mas aqui são negras e não prateadas, como nas versões convencionais. Os filetes de luzes em LED nos faróis dão o capricho final ao belo design.

Na lateral, quem rouba a cena é o conjunto de rodas aro 20 pintado em cinza escuro. Os pneus, de perfil baixo, comprometem o conforto em pisos irregulares. Mas, com essa máquina, quem liga para conforto?

EUFORIA

Bom, hora de acelerar os 510 cv do monstro. O torque de 63,7 mkgf disponível entre 2.500 e 5.500 rpm lima aquela dúvida: “Ultrapasso ou não?” É só pisar! Até os 100 km/h gastam-se apenas 4,9 segundos. E são 250 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente. 

Funcionando em perfeita sintonia com o powertrain, o câmbio é automático de oito marchas com opção de trocas por borboletas. Um belo bólido!

Porém, sistemas de segurança para conter os ímpetos não faltam. Se bem que a tecnologia permite um alívio ao ESP – afinal, um pouco de diversão não faz mal a ninguém...