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Mínimo deve impulsionar a economia em R$ 46 bilhões

Esse é o valor que será injetado no País se o novo salário,
de R$ 724, for aprovado pela presidente

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
19/12/2013 | 07:22
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Divulgação


Se sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o novo salário-mínimo, de R$ 724, vai representar incremento de renda na economia no País de R$ 46 bilhões, segundo estimativa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). O novo valor foi aprovado pelo Congresso Nacional. O reajuste de 6,6% representa aumento real (descontada a inflação) de 0,8%, o menor verificado nos últimos anos. Em 2013, o salário-mínimo subiu 2,7% e em 2012, 7,6% (veja evolução na arte ao lado).

Essa variação decorre da forma como o mínimo é calculado, com base no PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás e na variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior. Neste caso, portanto, será levado em conta o PIB de 2012 – que encerrou aquele ano com alta de 0,9% – e o INPC de 2013 – que ainda não saiu, por isso ainda não se tem certeza quanto ao reajuste. Até o mês passado, o índice de inflação também utilizado para corrigir as aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), acumulava incremento de 5,58% nos 12 meses terminados em novembro.

Se o valor aprovado for mesmo o de R$ 724, dificilmente o consumidor irá notar aumento em sua renda familiar. “Quando o governo anuncia o novo salário-mínimo, automaticamente, o mercado eleva os preços dos produtos. Ou seja, os desembolsos passam a ser maiores”, explica o professor de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração) José Carlos de Souza Filho.

O docente explica que, com uma inflação alta, a sensação do consumidor quando vai ao supermercado é ainda mais assustadora. “Sentimos que ela (a inflação) é ainda maior e corrói o salário. Os alimentos são ótimo exemplo, já que os preços variam de acordo com os aspectos climáticos, podendo encarecer muito em pouco tempo.”

ANÁLISE - Segundo a FecomercioSP, como há expectativa de aumento de 2% no número de trabalhadores com remuneração vinculada ao reajuste do salário-mínimo, a injeção de recursos na economia brasileira com o 13º salário de 2014 vai representar R$ 156,9 bilhões, sendo que R$ 32,7 bilhões deverão ser destinados às compras. No Estado de São Paulo, o pagamento da gratificação natalina representará R$ 45,9 bilhões, sendo que R$ 9,6 bilhões deverão ser investidos no consumo.
A entidade ressalta que o salário-mínimo foi a mola propulsora da economia nos últimos anos – com exceção de 2013 – e isso não ocorrerá em 2014. Por isso, o ciclo de manutenção do aumento do PIB por meio do consumo, e seu incremento devido às faixas emergentes de renda se esvaiu. Para a FecomercioSP, o crescimento depende agora da melhora do ambiente de negócios e do aumento do investimento para manutenção do nível de emprego no País.

De acordo com a Câmara dos Deputados, o mínimo previsto para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro é fruto do pleito do relator do Orçamento 2014, deputado Miguel Corrêa (PT-MG), que destinou R$ 250 milhões para poder viabilizar aumento de R$ 1,10 em relação aos R$ 722,90 previstos na proposta enviada pelo Executivo em agosto.
 




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