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Empreiteiro diz ter levado calote da construtora do HC

Contratada pela Tratenge para obras em São Bernardo, A&D Terceirização cobra R$ 17 mil

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
17/12/2013 | 07:33
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Andréa Iseki/DGABC


Subcontratado pela Tratenge Engenharia para prestar serviços durante a construção do Hospital de Clínicas de São Bernardo, o empreiteiro Lauri Alves de Almeida, responsável pela A&D Terceirização de Serviços e Soluções Eireli, acusa calote da construtora, alegando que a empreiteira lhe deve R$ 17.677 referentes a serviços realizados em débito desde setembro. Agora, ele alega que não tem como pagar os funcionários que trabalharam no local.

Inaugurado na semana passada, em cerimônia que teve a participação da presidente Dilma Rousseff (PT), o complexo hospitalar é um dos principais projetos do prefeito Luiz Marinho (PT).

Na quinta-feira, véspera da inauguração do Hospital de Clínicas, Lauri diz que foi ao local na expectativa de encontrar algum diretor da Tratenge para resolver o imbróglio. E se frustrou. “Disseram que a empresa está com dificuldades financeiras e que vão resolver primeiro a situação de quem ainda está trabalhando na obra”, discorre o empresário. Mesmo com atraso por parte da empreiteira, ele afirma que sua equipe ficou no canteiro do hospital até 14 de novembro.

Lauri argumenta que precisou tirar dinheiro do próprio bolso para pagar os cerca de 50 funcionários. A A&D firmou dois contratos com a Tratenge: além do Hospital de Clínicas de São Bernardo, o de prestação de serviços ao hospital regional de Piracicaba, no Interior. “Usei a reserva que tinha para quitar os débitos, mas ainda há dez funcionários que estão sem receber.”

Segundo o empreiteiro, sua firma começou a trabalhar no Hospital de Clínicas em março de 2012, executando serviços de reboco e fachada. A atuação à época era dividida com a Costa & Zampieri, que era coligada à A&D. “Quando o contrato da Costa & Zampieri expirou, na sequência a minha empresa assumiu os trabalhos.”

O proprietário da empresa garante que a Tratenge sempre atrasou pagamentos e outros empresários contratados para realizar serviços terceirizados também estão sem receber. “Dos credores da Tratenge eu devo ser um dos menores. Deve haver outros com débito maior, mas alguns não querem se manifestar”, justifica.

Lauri relata também que a Tratenge não efetuou depósitos referentes à construção do hospital regional em Piracicaba, empreendimento assumido pela A&D em março deste ano. Devido ao cenário, ele revela ter abandonado o canteiro na cidade do Interior. “Deixei a obra por falta de condição financeira.”

A Prefeitura informou que já pagou R$ 161 milhões à Tratenge, quantia que pode chegar a R$ 165 milhões por conta de cláusulas contratuais que permitem reajuste e aditivos. Segundo a gestão petista, o saldo será pago após a medição final, quando a empresa apresentar a certidão negativa de débito previdenciário da obra.

A Tratenge não se pronunciou sobre o caso.
 




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