Diarinho Titulo O que muda com o verão?
Estação mais
quente chega ao
Hemisfério Sul

No verão, que tem início sábado (21), os dias são mais longos e as chuvas muito frequentes

Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
15/12/2013 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Dezembro não é apenas o mês em que as férias iniciam-se e das festas de fim de ano. Quem curte viajar, mar e piscina também fica ansioso para a chegada da estação mais quente do ano. O verão começa no sábado (21), às 14h11, no Hemisfério Sul (parte do planeta abaixo da Linha do Equador) e segue até 21 de março, quando chega o outono.

Além de temperaturas altas, outra característica da estação é que os dias são mais longos do que as noites. Esse fenômeno é chamado solstício de verão, quando um dos hemisférios recebe mais luz solar do que o outro. Isso quer dizer que no Hemisfério Norte ocorrerá na mesma época o contrário: o solstício de inverno, com noites mais compridas. Em junho, porém, tudo se inverte; será inverno no Sul e verão no Norte.

No Brasil, ocorrem mudanças rápidas no tempo durante a estação. Ventos trazem muita umidade da região Amazônica para o Sudeste. Assim, várias nuvens são formadas, provocando chuvas de curta duração e forte intensidade, principalmente à tarde. São acompanhadas por trovoadas, ventanias e até quedas de granizo.

DIFERENTES - Apesar de cada estação ter características próprias, o clima parece estar maluco. Na realidade, vem sofrendo alterações naturais ao longo do tempo. Por isso, uma estação nunca será igual à do outro ano.

Segundo meteorologistas, a previsão é de que este verão seja mais chuvoso do que o anterior. As fortes chuvas esperadas poderão causar enchentes.

A temperatura deve ficar acima da média climatológica (cálculo feito com a média de temperatura dos últimos 30 anos). Em janeiro e fevereiro pode passar de 27,3ºC e 28ºC, respectivamente. Por causa das chuvas e nebulosidade (céu coberto por nuvens), a temperatura em março ficará abaixo de 27,2ºC. 

Igor Durães de Oliveira, 6 anos, de Mauá, curte o calor. “Gosto de ir para a piscina e viajar.” Mas fica irritado ao levar picadas de pernilongos, comuns nesta época. “Acho que no calor aparecem mais insetos.” 

Já parou para pensar sobre o que muda no verão? Confira o que ocorre na natureza e no nosso corpo, além dos cuidados que devemos ter.

Enchente é comum nos centros urbanos

As chuvas são frequentes no verão porque a água dos mares, rios, lagos e florestas evapora com facilidade. Além disso, o ar quente armazena mais umidade (vapor) que, em grande quantidade, forma as Cumulonimbus, nuvens gigantescas que provocam tempestades com raios e trovões. São mais intensas nos centros urbanos por causa da falta de vegetação para absorver a água; o asfalto e o cimento não realizam a tarefa. Assim, os rios transbordam, causando enchentes. O lixo jogado nas ruas piora o problema.

Aline Cristina Oliveira dos Santos, 10 anos, de São Bernardo, não gosta de temporais. Já presenciou enchente na residência dos avós, que fica atrás de um rio. “A força da água era tanta que derrubou a ponte de madeira e invadiu casas, destruindo as coisas. Deu muito medo.”

Doenças típicas da estação

No verão, é importante beber muita água para evitar a desidratação, pois, nesta época, transpiramos muito. O suor é forma de defesa do organismo para reduzir a temperatura do corpo e mantê-la equilibrada.

Isabella Morelato Campioto, 9 anos, de São Bernardo, adora ir para o Litoral. “Não posso comer qualquer coisa na praia porque pode estar estragada. Se entrar no mar contaminado, posso ficar doente”, diz a menina, que já pegou virose lá.

Doenças de pele também são comuns, como o bicho geográfico, larva achada no cocô de cães e gatos deixado na praia. Ao pisar descalço na areia, pode penetrar na pele. À medida que se movimenta, deixa risquinhos avermelhados, que lembram um mapa. Coça bastante. É preciso procurar o médico.

Fique atento

Afogamento é a segunda maior causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil. No verão, o número de casos aumenta porque se divertir no mar, piscina, lago ou rio é passatempo comum. No entanto, a brincadeira exige muita atenção para não se tornar perigosa. Muita gente acha que sabe nadar e, por isso, se arrisca. Na infância, o ideal é sempre ficar próximo de um adulto dentro da água e permanecer em lugares onde ela esteja abaixo do umbigo. Não brinque de empurrar, dar ‘caldo’ ou fingir que está se afogando. Na praia, respeite as instruções do guarda-vidas e as placas de proibição e alerta sobre risco de afogamento. Não entre em áreas de correnteza nem vá ao fundo do mar. Uso de boias e outros equipamentos infláveis não garante a segurança. Podem estourar ou virar.

Insetos aparecem mais no verão, pois, com o aumento de calor e umidade, o ciclo de reprodução (que vai da postura de ovos até o bicho se tornar adulto) é mais curto. Em geral, o dos pernilongos dura de 35 a 40 dias. Nesta estação, pode ser reduzido para 25 dias. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, aparece principalmente no verão. É pequeno, de cor escura e com manchas brancas pelo corpo. A doença é transmitida pela picada da fêmea infectada. Para não formar criadouros, não deixe água acumulada dentro de objetos nem parada em vasos de plantas. Em casa, peça ao adulto verificar se a caixa-d’água está tampada. As baratas também se reproduzem mais no verão. Das milhares de espécies pelo mundo, as duas que vivem no Brasil são consideradas perigosas: a de cozinha (ou alemã) e a de esgoto (americana). Comem restos de comida e materiais em decomposição. Transmitem doenças por meio de bactérias, fungos e vírus grudados em suas patas.

Insolação é um dos problemas causados pelo excesso de exposição ao sol. Pode provocar mal-estar, desidratação, dor de cabeça, vômito e febre. Em exagero, os raios solares também agridem a pele, causam queimaduras, bolhas e, a longo prazo, podem desenvolver rugas, manchas e até câncer de pele. Por isso, recomenda-se evitar o sol das 10h às 16h, período em que está mais forte. É necessário passar protetor solar 30 minutos antes de sair de casa e reaplicá-lo a cada duas horas. O produto deve ter o fator de proteção adequado para a sua pele (indicado pelo dermatologista). Mas o sol não é apenas vilão. Tem a importante função de estimular a produção de vitamina D, responsável por fixar o cálcio nos ossos. Por esse motivo, especialistas orientam tomar sol antes das 10h e após as 16h.

Saiba Mais

No verão, escolha roupas de tecidos leves e cores claras para não suar tanto nem irritar a pele.

Os cientistas conseguem descobrir a hora exata em que as estações começam observando a posição do sol no céu.

No calor é comum sentir menos fome do que no frio, pois não temos a necessidade de repor a energia gasta para manter a temperatura do corpo estável. Coma alimentos leves: frutas, verduras e legumes.

Consultoria de Rogério Fernandez, engenheiro agrônomo e presidente da Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas; Sergio Furuta, pediatra e pesquisador da Unifesp; e dos meteorologistas Fabio da Rocha, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e Bianca Lobo, da Climatempo.




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