Empossado presidente do PT de Diadema com missão de reestruturar o partido após derrota histórica na eleição majoritária do ano passado para Lauro Michels (PV), o ex-prefeito Mário Reali não descartou ver o diretório municipal apostando num candidato a deputado federal no próximo ano, em substituição ao hoje secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior.

Segundo Reali, “é possível” haver candidatura da cidade à Câmara dos Deputados, mas a discussão precisa levar em consideração o cenário eleitoral do Grande ABC e também de São Paulo. A movimentação inicial apresenta tendência de apoios a postulantes de fora da cidade, como Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, Francisco Chagas, Ricardo Berzoini e Helcio Silva (todos já deputados).

O próprio nome de Reali está colocado como possível candidato a deputado federal, até por pertencer ao mesmo grupo político de Filippi. O atual secretário do governo de Fernando Haddad (PT) foi eleito à Câmara dos Deputados em 2010, com 82.641 votos somente em Diadema, porém se licenciou do cargo para integrar o primeiro escalão da gestão petista em São Paulo.

O ex-prefeito diademense também cogitou disputar cadeira na Assembleia Legislativa, se colocando “à disposição do partido”, no entanto ressaltou que seu dever de momento é reestruturar o diretório. “O período é de manter o PT como ferramenta de transformação popular. É isso que vou fazer no momento.”

Apesar da sinalização de Reali, o diretório do município não está propenso em aderir a uma eventual candidatura do ex-prefeito a deputado estadual. Da bancada de vereadores do PT, metade já firmou compromisso de apoio ao diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba. O restante tem convites para engrossar o projeto do presidente do São Bernardo Futebol Clube, Luiz Fernando Teixeira.

Reali foi eleito presidente do PT no primeiro turno, com 62% dos votos do pleito do dia 10 de novembro. Ele concorreu com a ex-vereadora Irene dos Santos, com o ex-parlamentar Francisco Alexandre da Costa, o Chico PT, e o ex-diretor de Cultura Júlio Tavares.