Os vereadores de São Bernardo terão de esperar até pelo menos a semana que vem para saírem de férias. A sessão de ontem terminou sem a votação de todos os projetos de interesse do prefeito Luiz Marinho (PT), principalmente o que terceiriza a gestão do Complexo Vera Cruz, proposta essa adiada por duas sessões.

O presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), já levantou o recesso parlamentar, marcando sessão extraordinária para quarta-feira. O petista terá de convocar outra plenária em caráter excepcional no mesmo dia ou na quinta-feira para que seja votada a concessão do espaço de 44,3 mil metros quadrados à iniciativa privada por até 30 anos.
A expectativa do governo era que o projeto fosse votado ontem, mas articulação do G-12 (grupo de 12 vereadores governistas) e da oposição conseguiu postergar a votação da propositura.
Os situacionistas haviam rejeitado pedido de adiamento da matéria por uma sessão, proposto por Julinho Fuzari (PPS), mas depois aderiram à solicitação de Marcelo Lima (PPS) para postergar a discussão da proposta por pelo menos 15 dias. Só a bancada do PT votou contra a postergação.

“Tivemos apenas uma reunião com o secretário de Cultura (Osvaldo Neto) para discutir o projeto. Esperávamos hoje (ontem), como isso não aconteceu concordamos pelo adiamento para tirar dúvidas que ainda existem”, disse o líder do G-12, Ramon Ramos (PDT), justificando a mudança de postura durante a sessão.
Para Tião Mateus, a bancada governista “cochilou”. “Os líderes têm de ficar atentos”, alfinetou o petista, em crítica velada ao correligionário José Ferreira, líder da bancada na Casa.

O que preocupa os parlamentares é como funcionará a fiscalização sobre a empresa que vencer o certame durante o período de concessão e o fato de a futura administradora repassar ao município só 5% do faturamento bruto com a exploração do local após cinco anos.

A oposição apresentará emendas ao texto, solicitando que a gestão do espaço seja limitada a três anos, prorrogáveis por igual período, e que haja fiscalização semestral dos investimentos da empresa.

Durante a discussão do projeto, o parlamentar Pery Cartola (Solidariedade) relatou a suspeita de direcionamento no certame que será aberto para definir a concessionária do Vera Cruz.

LIMPANDO A PAUTA
Para não acumular muitos projetos para semana que vem, os vereadores aprovam o reajuste progressivo no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de imóveis ociosos, adicional de 30% no bônus de periculosidade aos guardas municipais e prorrogação de prazo para participação no PPI (Programa de Parcelamento Individual).

A Casa avalizou ainda subvenção de R$ 5,1 milhões à Fundação Criança, repasse de R$ 3,8 milhões para entidades esportivas e o auxílio para munícipes em tratamento médico fora da cidade.