Economia Titulo Previdência
VGBL Saúde deve sair do papel no 1º trimestre de 2014

Fenaprevi espera que modalidade de previdência que prevê
isenção de Imposto de Renda seja aprovada pelo menos para pessoa física

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
12/12/2013 | 07:21
Compartilhar notícia


A proposta de plano de previdência privada voltada a custear gastos com exames, consultas e internações com isenção do IR (Imposto de Renda) está prestes a sair do papel. Segundo o presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência e Vida), Osvaldo Nascimento, o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), o projeto de lei deverá ser aprovado até o fim do primeiro trimestre de 2014.

“Temos ainda algumas pendências a serem resolvidas, principalmente no âmbito empresarial”, afirmou Nascimento durante coletiva da CNSEG (Confederação Nacional de Seguros). “Mas, o governo ainda não aprovou porque está apagando incêndio. Agora está à caça de impostos, não quer saber de reduzir a arrecadação.”

A iniciativa, encabeçada pela Fenaprevi em 2007, sofreu algumas alterações ao longo de sete anos. De lá para cá, entraram na discussão, além da Susep (Superintendência de Seguros Privados), o Ministério da Fazenda, a Receita Federal e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A nomenclatura também mudou, para Prev Saúde. Apesar de o projeto ser popularmente conhecido como VGBL Saúde, não se exclui a possibilidade de que contemple optantes pelo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).

Outro ponto é que, originalmente, cogitava-se conceder os recursos aplicados para que o próprio investidor escolhesse que tipo de despesa de saúde ele iria custear, e de que maneira. Como o governo vetou a possibilidade, agora o ponto discutido é o pagamento de plano de saúde. Porém, como ingressar em convênio com idade avançada é muito caro, propõe-se vinculação com a operadora desde o início do plano.

“O objetivo principal é oferecer assistência médica adequada à população idosa”, assinalou Nascimento. “Em um primeiro momento, até o fim do primeiro trimestre do ano que vem, entendemos que vamos oferecer o Prev Saúde nem que seja parcialmente, pelo menos para pessoa física”, disse.

Em relação às empresas, o projeto sugere que aquelas que disponibilizarem o VGBL Saúde aos seus funcionários poderão deduzir esses gastos na declaração do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica).

O presidente da Fenaprevi projeta que o prazo entre a aprovação e a implementação do projeto não seja demorado. Quanto à adesão, ele espera que, em cinco anos, pelo menos 12 milhões de pessoas (mesmo número de planos de previdência existentes hoje) adotem o Prev Saúde. “O potencial é muito maior do que esse número.”


Pontos cruciais definem se vale a pena

Na avaliação do professor de Macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) e planejador financeiro Silvio Paixão, é preciso responder a três questões cruciais para avaliar se o VGBL Saúde valerá a pena: 1) As despesas com saúde pagas com recursos desse fundo poderão ser abatidas na declaração do IR (Imposto de Renda)? 2) E se o investidor não precisar usar esse dinheiro com saúde, tem como reverter para um plano de previdência comum? 3) Haverá total isenção do IR?

“Caso as respostas sejam ‘sim’, e se a taxa de administração for mais baixa que as tradicionalmente cobradas e a taxa de carregamento for isentada, sem dúvida o plano será uma ótima opção de formação de reserva financeira para gastos com saúde”, avaliou Paixão.

Quanto à comparação com a poupança, o planejador financeiro afirma que, dadas essas condições, a rentabilidade será parecida. A diferença é que planos de previdência não podem ser resgatados a qualquer momento, existe prazo de carência para poder mexer no dinheiro, que varia conforme o contrato, e também há um intervalo de alguns meses para realizar novo saque. Com a poupança não há limites, o que dificulta ao investidor formar suas reservas.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;