Após sentar para negociar com as transportadoras Coopercarga e Monarca, que prestam serviços para o centro de distribuição da Ambev em Diadema, os trabalhadores não chegaram a acordo em relação à fórmula de cálculo para a remuneração das horas extras.
“Amanhã (hoje), às 7h, faremos nova assembleia para informar os funcionários de que não houve acordo e pôr em votação a continuidade da greve”, explicou o diretor do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC e responsável por Diadema, João Roberto da Silva.

A paralisação teve início na manhã de terça-feira. Os trabalhadores não concordam com os cálculos que a Coopercarga e a Monarca utilizam para pagar as horas extras. A grosso modo, o sindicato explicou que os trabalhadores que ultrapassam as 50 horas extras mensais não recebem remuneração adequada pelo período excedente. “O pagamento sai em forma de premiação, já que as empresas aplicam variáveis que reduzem muito o valor”, explicou o coordenador da entidade para São Bernardo, Cleuber Ferreira de Moura.

A equipe do Diário conversou com alguns dos cerca de 500 motoristas e ajudantes das duas empresas que estão de braços cruzados. Eles revelaram que é comum atingirem até 15 horas diárias de serviço, tendo em vista que a carga horária normal é de sete horas e 20 minutos.

Destacaram ainda que as empresas dizem que pagam o prêmio por eles completarem 13 viagens entre os dias 21 e 20 do mês seguinte. Por outro lado, todas as horas extras superiores às 50 mensais entram no valor de uma forma quase que incompreensível, criticaram.

Procurada, a Monarca informou que negociou com o sindicato na tarde de ontem e que aguarda o retorno da entidade que, por sua vez, garantiu que não houve acordo. A Coopercarga não foi encontrada.

A Ambev informou, por meio de nota, que “trata-se de uma negociação entre as transportadoras e seus funcionários e pontua que não haverá problema de distribuição ou abastecimento na região”.