A greve na fábrica de fios e cabos Prysmian, em Santo André, entrou no 18º dia. E, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, os trabalhadores da unidade da empresa em Sorocaba estão solidários à luta no Grande ABC e mobilizados para paralisar as atividades.

“Eles estão prontos para tomar uma decisão até sexta-feira (amanhã), caso a Prysmian não se manifeste”, garantiu o diretor executivo do sindicato, José Roberto Vicaria, mais conhecido como Jacaré.

A paralisação na fábrica de Santo André teve início após falta de acordo entre empresa e trabalhadores, que pediam abono salarial de R$ 2.000. O caso está para ter julgamento no TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), mas ainda sem data para a apreciação e decisão. A companhia garantiu à entidade que não negociará mais. Apenas aguardará a Justiça.

Jacaré contou ainda que o sindicato recebeu informações de que a diretoria da unidade da Prysmian do Grande ABC teria garantido à matriz, na Itália, que a greve é abusiva, mesmo sem a qualificação do tribunal.

“Nós entramos em contato com a empresa, na Itália, e vamos enviar as matérias publicadas sobre a paralisação e mais alguns documentos para mostrar para eles que a história não é bem assim”, disse Jacaré.

O sindicato ainda não consegue mensurar o tamanho do problema que a Prysmian está assumindo após 17 dias de greve. “Eu sei que é muito dinheiro parado.”

No entanto, o sindicalista destacou que a falta de atividade dos 250 operários levará, aproximadamente, dois meses para deixar as entregas da Prysmian nos eixos. “Nós sabemos que a empresa está sem estoque. E para recuperar o ritmo, com vários outros pedidos de clientes chegando, será complicado”, avaliou Jacaré.

A Prysmian informou que não se posicionará sobre a greve nem sobre o contato com a matriz ou a mobilização em Sorocaba.