Economia Titulo Macroeconomia
Alta do PIB será ainda
menor, avalia mercado

Atividade econômica do terceiro trimestre cai
0,5% e muda visão de analistas e economistas

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
10/12/2013 | 07:07
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Orlando Filho/DGABC


O mercado financeiro reduziu o otimismo em relação ao crescimento da economia brasileira neste ano. Após seis semanas consecutivas com expectativa de que o PIB (Produto Interno Bruto) teria expansão de 2,5% neste ano, houve redução para 2,35%.

Houve também alteração na previsão sobre o quanto a atividade econômica de 2014 vai ampliar em relação a 2013. O mercado reduziu a estimativa de alta de 2,11% para 2,10%.

Os resultados foram publicados ontem pelo BC (Banco Central), por meio do boletim Focus. O documento reúne a opinião de, aproximadamente, 100 instituições financeiras e empresas não financeiras que realizam análises econômicas.

Na avaliação do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Guilherme Pereira Perfeito, há dois motivos para a redução no otimismo do mercado. “Tanto o resultado ruim da economia no terceiro trimestre quanto a revisão do PIB de 2012.”

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é responsável pela apuração e publicação da variação do PIB brasileiro. Na semana passada, anunciou que a atividade econômica do terceiro trimestre encolheu 0,5% em relação ao período entre abril e junho. Isso considerando a correção de ajuste sazonal. Em valores correntes, conforme destacou o IBGE durante a publicação, o PIB de julho a setembro chegou a R$ 1,213 trilhão.
No segundo trimestre, para se ter ideia, houve crescimento de 1,8%.

Outro ponto citado por Perfeito foi a revisão que o IBGE realizou do PIB de 2012. O percentual de crescimento, frente a 2011, saltou de 0,9% para 1%. “A base de comparação para o crescimento de 2013 agora ficou mais forte”, destacou o economista. Sua previsão é menos otimista do que a do mercado. Ele espera crescimento de 2,25% para este ano.

INDÚSTRIA - Os analistas e economistas que contribuíram com o Focus também diminuíram suas perspectivas sobre a variação da produção industrial. Segundo o documento, neste ano, esse indicador encerrará o ano com 1,63% de incremento frente a 2012. Na semana passada, tendo em vista que o Focus é uma publicação semanal que leva em consideração o cenário econômico, até sexta-feira o registro era de 1,69%.

Em outubro, último resultado, também de responsabilidade do IBGE, a produção industrial brasileira expandiu 1,6% no acumulado dos dez meses, sobre o mesmo período do ano anterior.

Para 2014, também houve alteração no Focus. As avaliações direcionam para um crescimento da produção da indústria da ordem de 2,25%, contra 2,5% da publicação passada.

Delegado para o Grande ABC do Corecon (Conselho Regional de Economia), Leonel Tinoco, que também ministra aulas de Economia na FSA (Fundação Santo André) e na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), destacou que a redução nas expectativas não foi tão acentuada, mas salienta que o resultado não é tão positivo para este ano e já há interferência em relação a 2014.

“Para melhorarmos esse resultado, é necessária uma redução no custo de produção interno”, opinou Tinoco.

O Focus aponta ainda que o mercado ficou um pouco mais otimista em relação à inflação deste ano, diminuindo a previsão de 5,81% para 5,70%. Isso ocorre depois que o IBGE divulgou desaceleração de 5,84% para 5,77% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses encerrados em novembro.

Região tem pior desempenho em relação ao País em 2012

No Grande ABC, o PIB (Produto Interno Bruto) não teve tão bom desempenho quanto ao nacional em 2012, que expandiu 1% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o iABC (Indicador de Comportamento do PIB do Grande ABC), do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, a atividade econômica das sete cidades encolheu 5,78% no ano passado ante os 12 meses anteriores.

Conforme explicou o coordenador do Observatório Econômico, o professor de Economia Sandro Maskio, dentre os motivos que puxaram o resultado do PIB para baixo estão a desaceleração do crescimento do emprego na região, a estagnação do crédito, a redução real na renda média dos trabalhadores e os resultados deficitários da balança comercial, principalmente se tratando de bens intermediários, como o segmento de autopeças.

Apesar de a pesquisa iABC não apresentar resultados em valores monetários, com base nos dados disponíveis pelo IBGE, que mostram que a região gerou R$ 84,8 bilhões em riquezas em 2010, sem considerar a inflação, o resultado de 2012 atingiria R$ 78,8 bilhões.
 




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