Economia Titulo Finanças
Bolsa é investimento para o longo prazo

Rendimento médio das ações em dez anos é de quase o dobro da poupança

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
08/12/2013 | 07:07
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Investir. Esse é o conceito básico de quem aplica dinheiro em ações. O propósito, sempre, é ter lucratividade superior a outras modalidades mais conservadoras, como a poupança e a renda fixa. Mas a verdade é que comprar papéis de uma empresa é muito mais do que isso. É confiar nas empresas. É esperar que elas cresçam e lucrem. E realmente se sentir como um sócio. E, por fim, torcer para que os ativos valorizem para que, no futuro, sua venda renda bons frutos financeiros.

O professor de Finanças do ProCED (Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento), da FIA (Fundação Instituto de Administração), Ricardo Almeida orienta que, apesar das emoções, o investimento em ações, para pessoas físicas, deve ser planejado para o longo prazo. “Pelo menos cinco anos.” Isso porque, diferentemente da caderneta de poupança, por exemplo, que é uma aplicação conservadora e com baixo risco de perder dinheiro, o mercado de ações é volátil. As chances de lucrar, ou ter prejuízos, são grandes.

Levantamento da Economática exemplifica bem o que Almeida quis dizer. Em cinco anos encerrados em outubro, a poupança rendeu 39,77%. No mesmo período, o Ibovespa, que é o índice da média de variação das ações mais negociadas na BM&FBovespa, acumulou alta de 45,63%.

Considerando mais prazo para resgate, a situação melhora. Entre outubro de 2003 e o mesmo mês de 2013, a poupança apresentou retorno de 107,98%. Já o Ibovespa, neste espaço, obteve valorização de 201,72%.

Em média, R$ 3.000 é a aplicação mínima ideal na avaliação de Almeida, para que não tenha risco de perder lucratividade pelas taxas de corretoras e tributos. Mas o professor de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana lembra que não há um valor mínimo definido. É possível comprar uma ação, em caso de empresas que vendem apenas um papel, por preços que o mercado definirá a cada dia de negociação, ou em lotes. “Depende de como a companhia de capital aberto oferta seus ativos”, disse.

Com os mesmos R$ 3.000 aplicados na poupança em outubro de 2003, o investidor teria hoje, aproximadamente, R$ 6.239,40. Por outro lado, o mesmo montante pela valorização do Ibovespa acumularia R$ 9.051,60.

Almeida destaca que o importante é buscar uma corretora de investimentos para aplicar em ações. “O gerente do banco não é um especialista para fazer esse tipo de operação.” E nessas empresas, ainda é possível acompanhar os relatórios e orientações das equipes de análises para não se perder no caminho do mercado de capitais.

No site da BM&Fbovespa (www.bmfbovespa.com.br), na seção Home/Participantes/Corretoras/Busca de Corretoras/, estão agrupadas todas as corretoras habilitadas a prestar os serviços aos investidores.

BOLSA - Conforme levantamento da Economatica, há 320 empresas de capital aberto, quase todas com ações negociadas em Bolsa de Valores. E valeu a torcida dos seus investidores no terceiro trimestre. Elas acumularam lucro liquido, que é aquele com impostos e depreciações já descontados, 10,2% superior ao registro do mesmo período de 2012, sem considerar inflação. Entre julho e setembro, foram R$ 39 bilhões.

Parcela deste montante foi distribuída para os seus investidores. Isso porque ter uma ação é o mesmo que ter o direito de levar parte dos ganhos. É como se fosse comprar um pedaço de uma companhia, que vai retornar, proporcionalmente ao tamanho do seu pedaço, os lucros.

Esses ganhos são chamados de dividendos. “São uma forma de ganhar dinheiro no longo prazo. Isso porque as empresas direcionam parte do lucro para os acionistas”, explica o consultor em finanças pessoais Antonio De Julio. “Para ganhar dinheiro no curto prazo com dividendos, só investindo milhões.”
 




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