O principal indexador dos contratos de aluguéis acumulou 5,6% em 12 meses encerrados em novembro. Esse é o percentual cujas mensalidades das locações que fazem aniversário entre hoje e o fim de dezembro serão corrigidas.

Segundo o Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com alta de 0,29% em novembro, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acumulou em um ano 5,6%. O percentual é superior ao resultado de outubro. No mês passado, os contratos que completavam 12 meses foram corrigidos em 5,27%.

Na prática, o aluguel de um apartamento no valor de R$ 600 passará a ter mensalidade de R$ 633 a partir de janeiro. Caso a locação custe R$ 900, o locatário passará a desembolsar R$ 50 a mais. No caso daqueles que pagam R$ 1.500, por exemplo, vão arcar, em janeiro, com R$ 1.584.

O percentual de 5,6% é o maior desde junho, quando o IGP-M acumulou 6,31%. Mas é inferior ao registro de 2012, quando a inflação atingiu 6,96%.

Na opinião do delegado regional do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) Alvarino Lemes, o percentual que o IGP-M atingiu em novembro é imparcial. “É tanto interessante para o proprietário, que vai recuperar a inflação, quando para o inquilino, que não terá incremento tão relevante na mensalidade.”

Ele destacou ainda que o percentual está bem abaixo da correção média que os proprietários de imóveis da região têm aplicado no vencimento do contrato, após três anos. “Eles têm corrigido com 20% a 30%. Nós temos aconselhado que não subam tanto, principalmente se tiverem um bom inquilino, que paga em dia, pois a residência pode ficar vazia por até dois anos dependendo do valor que a locação atingir”, explica Lemes.

O delegado acrescenta ainda que as áreas centrais dos sete municípios, até um raio de três quilômetros, são aquelas com os aluguéis mais caros, devido à proximidade com a linha de trem e com os terminais de ônibus. E orienta, para os interessados, buscar aluguéis em distâncias maiores para encontrar melhores preços. “Duas casas parecidas poderão custar R$ 2.000, no Centro, e R$ 900, no bairro”, pontua.

INFLAÇÃO - O IGP-M é um indicador de inflação que agrupa a variação média dos preços para o mercado, consumidor e setor da construção.

O IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que responde pela maior parte do indicador geral, ou 60%, apresentou variação de 0,17% em novembro.

Isso significa que houve desaceleração em relação a outubro, quando o registro era de 1,09%. O subíndice bens finais desacelerou de 0,76% para 0,02% na relação mensal. Os bens intermediários também pesaram menos, passando de 0,7% para -0,06%. E as matérias-primas brutas tiveram retração no aumento de 1,95% para 0,6%.

Já o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do IGP-M e revela a inflação para as famílias, acelerou de 0,43% para 0,65%. Segundo Ibre-FGV, o grupo alimentação exerceu o maior peso, saltando de 0,63% para 0,93%.