Economia Titulo Greve
Prysmian continua irredutível e funcionários seguem parados
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
27/11/2013 | 07:45
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André Henriques/DGABC


O clima entre os trabalhadores e a metalúrgica Prysmian, de Santo André, está a cada dia mais tenso. Os 250 funcionários do chão de fábrica estão com a linha de produção parada desde segunda-feira, e devem permanecer com os braços cruzados até que a companhia faça algum tipo de proposta sobre o pagamento do abono emergencial – valor adicional negociado sempre após a campanha salarial.
 

Na manhã de ontem, às 6h, os trabalhadores já estavam aglomerados na porta da empresa para discutir a situação. No local, foram reunidos os três turnos. Dando apoio ao movimento, grande parte dos dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá estava presente. Entre eles, o diretor administrativo e financeiro Adilson Torres Santos, o Sapão; o vice-presidente José Braz, o Fofão; o secretário-geral Sivaldo Silva Pereira, o Espirro; o diretor executivo José Roberto Vicaria, o Jacaré, e o presidente Cícero Firmino, o Martinha. Hoje, outra assembleia acontecerá às 6h para decidir os próximos passos da paralisação.


“As negociações com a Prysmian são sempre muito duras. É uma empresa forte e grande, tem importantes clientes. Os trabalhadores daqui são diferenciados também. Acredito que, enquanto a empresa não oferecer uma proposta, a paralisação seguirá em frente. E nós, do sindicato, apoiamos a categoria. Estamos abertos para negociar”, disse Martinha.

A posição dos trabalhadores é única: vão continuar parados até terem o benefício nas mãos. A categoria pede R$ 2.000 de abono.

No meio da tarde, alguns funcionários informaram ao sindicato que estavam recebendo telegrama em casa pedindo para voltarem a trabalhar, o que sinalizava que a greve traz perdas não só à metalúrgica, mas aos funcionários também. “Não vamos ceder às ameaças. Queremos apenas negociar”, afirmou Jacaré.

O benefício tem sido conquistado desde 2009, exceto em 2010, por conta da crise financeira mundial. Em 2011, os funcionários receberam R$ 1.600 e, no ano passado, R$ 1.000, mais tíquete-alimentação de R$ 100 ao mês (benefício que continua em vigor).

Vale lembrar que a metalúrgica produz cabos de alta-tensão especiais e que não possui estoque. A paralisação pode, dessa forma, atrapalhar a relação da Prysmian com seus clientes, uma vez que algumas encomendas devem ser entregues ainda no fim desse mês.

Uma das encomendas que deveria ser finalizada nesta semana, segundo os trabalhadores, são os cabos especiais para o novo Estádio Nacional Mané Garrincha, de Brasília, onde acontecerão jogos da Copa do Mundo de 2014.

 Procurada pela reportagem do Diário, a Prysmian preferiu não se pronunciar. 




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