Economia Titulo Seu bolso
Etanol na região fica
R$ 0,07 mais caro

Postos garantem que repassam aumento
feito pelas distribuidoras de combustível

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
23/11/2013 | 07:22
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Andrea Iseki/DGABC


Os motoristas do Grande ABC enfrentam novo aumento no preço do litro do etanol, que começa a ser sentido no bolso entre hoje e amanhã. No início da semana, as distribuidoras elevaram o preço do combustível para os postos em R$ 0,07, em média, garante o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Grande ABC). E os proprietários, assim que reabastecem seus tanques, já repassam a alta.

Mesmo com o aumento, porém, o derivado da cana-de-açúcar segue mais vantajoso, apesar de mais uma vez perder atratividade. Isso porque, segundo o presidente do Regran, Wagner de Souza, os consumidores se preocupam com o preço na hora de abastecer. “A comodidade de ir menos vezes ao posto, entretanto, pesa na decisão quando a diferença entre os preços é de dois ou três centavos.”

Entre as explicações para essa elevação, cita Souza, está o aumento dos preços nas usinas de cana-de-açúcar. Segundo o Cepea/Esalq-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), no dia 8 os produtores vendiam o litro do etanol por R$ 1,16. Já no dia 14, último registro apurado, estava em R$ 1,20. Procuradas, as distribuidoras de combustível Shell, Ipiranga e Petrobras não se manifestaram até o fechamento desta edição.

CUSTO-BENEFÍCIO - Na média, um litro de etanol gera a mesma energia a um motor flex (bicombustível) do que 700 ml de gasolina. E, para saber qual dos combustíveis tem melhor custo-benefício, é necessário multiplicar o preço do derivado de petróleo por 0,70, e comparar o resultado com o preço do álcool hidratado.

Com a elevação no preço, o etanol passa a custar, em média, R$ 1,89, enquanto a gasolina segue a R$ 2,74. Com a fórmula de comparação, 700 ml do combustível fóssil custariam R$ 1,91, portanto R$ 0,02 mais caro do que o biocombustível. Diferença que o proprietário de rede de oito postos na região Roberto Batistela garante passar despercebida pelo consumidor, mesmo valendo mais a pena financeiramente.

A preferência pela gasolina foi demonstrada em pesquisa realizada pela Nielsen, a pedido da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar). Com entrevistas na Capital, 55% dos motoristas que utilizam carros flex preferem o combustível mais poluente. A resposta foi dada ao imaginar que o derivado de petróleo e o etanol fizessem o veículo percorrer a mesma distância pelo mesmo preço.

A pesquisa destacou o diretor de comunicação da Unica, Adhemar Altieri, teve dois objetivos: entender a opinião do consumidor e avaliar o resultado da campanha publicitária, que teve início em novembro de 2012, com o ator Lúcio Mauro Filho destacando os benefícios de utilizar o biocombustível, e demandou investimento de R$ 40 milhões da União.

O levantamento também revelou que a maioria dos consumidores com veículos bicombustível olha primeiro o preço antes de escolher com qual abastecerá. “Eu percebo que uma minoria dos motoristas está preocupada com o meio ambiente (tendo em vista que a queima da gasolina gera mais poluentes do que a do etanol)”, disse o proprietário de quatro postos no Grande ABC Eugênio Bianchi.

Souza, do Regran, afirmou que o consumo na região é mais voltado à gasolina. “Por aqui, temos 65% de preferência contra 35% para o etanol.”
 




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