Economia Titulo Perspectivas
Micro e pequena indústria estão otimistas, diz pesquisa

Aumento do faturamento e da margem de lucro aliviam empresários das preocupações

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
21/11/2013 | 07:05
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Tradicionalmente o período de final de ano, com Natal, Ano Novo, férias escolares e o 13º salário são razão de entusiasmo para o comércio. No entanto, neste ano, os industriais também estão confiantes. De acordo com a pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizada pelo Datafolha para o Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), 76% dos empresários da categoria econômica esperam que 2013 seja melhor ou igual ao ano anterior.

“O micro e pequeno industrial é, na sua essência, um otimista. Mas, esse ano, eles têm alguns fatos reais que servem de base para essa perspectiva positiva”, diz o diretor de relações institucionais do Simpi, Rogério Grof, que chama atenção para indicadores da pesquisa que apontam aumento de dez pontos percentuais na satisfação com a margem de lucro, que chega a 41%, e de 44% com o faturamento.

“O mercado interno aquecido traz oportunidades que se refletem diretamente na atividade industrial”, diz Grof. O dirigente lembra que 72% dos empregos no Brasil são gerados pelos micro e pequenos.

PRECAUÇÃO

Apesar dos bons ventos, o diretor do Simpi recomenda cautela, especialmente em relação à questão financeira. “A grande preocupação é com o calote. Não adianta produzir e vender se você não receber”, observa Grof.

O estudo realizado no mês de outubro mostra, com relação à inadimplência, que 38% sofreram algum tipo de calote no mês anterior ao da pesquisa. O dado mais impactante nesse quesito é que 77% dos dirigentes de MPIs afirmaram que a falta de pagamento foi maior ou igual aos meses anteriores. O endividamento também preocupa. Do total de entrevistados, 35% possuem dívidas, sendo que a maioria é com investimentos (28%) e com impostos atrasados (20%).

Por isso, não surpreende que os impostos sejam a principal razão de endividamento para 23% das MPIs paulistas. E 41% dos dirigentes afirmaram que a carga tributária dificulta muito o ambiente dos negócios.

“Outra preocupação é a falta de políticas de crédito bancário para o micro e pequeno que sejam efetivamente positivas para o crescimento destas empresas. Hoje, muitos empresários pegam dinheiro emprestado como pessoa física para o giro da empresa. Isso inviabiliza a saúde financeira das empresas”, analisa Grof. O diretor também afirma que a concorrência com os importados do sudeste asiático é outra fonte de desconforto para os industriais. 




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