O comandante militar da Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti), o general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, foi encontrado morto neste sábado em seu quarto de hotel em Porto Príncipe. O corpo de Bacellar apresentava um ferimento de tiro.

O Exército brasileiro confirmou a morte do general, porém não divulgou as causas. O assessor de informações públicas da força brasileira no Haiti, tenente-coronel Fernando da Cunha Matos, declarou que Bacellar foi vítima de "um acidente com arma de fogo".

Já a hipótese de suicídio foi levantada em um relatório divulgado pela Minustah. "O general brasileiro foi encontrado morto em seu quarto de hotel aparentemente devido a um disparo contra o próprio corpo", dizia o relatório.

Em nota oficial, o Comando do Exército brasileiro diz lamentar "profundamente" a morte de Bacellar e afirma que as circunstâncias estão sendo investigadas pelas Nações Unidas, sob o acompanhamento de autoridades do Brasil.

Os capacetes azuis da Minustah vinham sendo alvo de fortes críticas no Haiti em razão da crescente falta de segurança no país, principalmente na capital. Por essa razão, surgiu a hipótese de que Bacellar teria se suicidado por não suportar a pressão dessas críticas.

A Minustah foi convocada pelo Conselho de Segurança da ONU e assumiu no dia 1 de junho de 2004 sob o comando brasileiro. A força militar conta com 7,5 mil homens de 14 países. O Brasil possui o maior contingente, com um efetivo de 1.213 oficiais e soldados, seguido do Nepal, da Jordânia e do Sri-Lanka, com cerca de 750 militares. A Argentina, o Chile, o Uruguai, o Peru, a Espanha e o Marrocos também contribuem com a Missão de Estabilização no Haiti.