Economia Titulo Ato
Manifestação contra fator previdenciário reúne 3.000

Centrais sindicais mobilizam trabalhadores em frente ao INSS
de São Paulo para pedir mudanças na forma do cálculo da aposentadoria

Yara Ferraz
Especial para o Diário
13/11/2013 | 07:15
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Da AE


O fim do fator previdenciário foi pauta para mais uma manifestação das centrais sindicais. A CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) e UGT (União Geral dos Trabalhadores) se reuniram ontem, em São Paulo, para chamar a atenção do governo para o assunto.

Aproximadamente 3.000 manifestantes partiram da Praça da Sé, no Centro de São Paulo, rumo à sede do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na Capital, no Viaduto Santa Efigênia, onde foi realizado ato político. Segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cerca de 400 trabalhadores filiados da região participaram.

O ato contra o fator previdenciário, que achata em cerca de 30% as aposentadorias, fez parte do Dia Nacional de Mobilização, que também ocorreu no Rio de Janeiro, na Bahia e em Minas Gerais.

FIM DO FATOR - Apesar de vigílias e protestos realizados em todo o País, durante o mês de outubro, o governo já sinalizou que não vai tratar do fator neste ano nem no próximo. Apenas em 2015 o modo de cálculo da aposentadoria vai voltar a ser discutido, já que 2014 é ano eleitoral.

Atualmente, a aposentadoria por tempo de contribuição é calculada levando em conta 80% das maiores contribuições mais o fator previdenciário, que considera a quantidade de contribuições, a idade e expectativa de vida do segurado.

Como o cálculo leva em conta essa expectativa, acaba sendo vantajoso ‘pendurar as chuteiras’ com mais idade, já que quem se aposenta mais cedo acaba recebendo menos justamente por ficar mais tempo sem trabalhar – e contribuir – e recebendo o benefício.

De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, esse foi o principal motivo para a manifestação, que objetiva pressionar o governo. “O fator previdenciário prejudica o valor da aposentadoria, por levar em conta a idade e a expectativa de vida. Queremos negociar uma solução para tirar o fator do cálculo”, declarou.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, declarou que o trabalhador não deve ser penalizado de nenhuma forma, o que ocorre com o fator previdenciário. “Reivindicamos uma política de valorização dos aposentados. Não é justo penalizar quem trabalhou e se dedicou a vida toda para construir essa nação”, afirmou.

A forma de cálculo, além de prejudicar o aposentado, também acaba impactando no mercado de trabalho, segundo o secretário-geral da CUT, Sebastião Cardozo. “Se o valor da aposentadoria fosse justo, o profissional não precisaria voltar a trabalhar para completar sua renda. Isso geraria mais empregos e colocaria uma distribuição melhor de vagas a quem está na ativa.”

O presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antonio Ferreira Rodrigues, acredita que apesar dos esforços, a pauta vai ficar somente para 2015. “O governo não vai se sensibilizar mesmo. Aliás, ele só faria isso se a decisão tivesse um peso político muito grande. Mas, o aposentado e o idoso não são prioridade, já que o voto é facultativo, e a maioria nem vota. Por isso acabam não sendo fonte de preocupação.”

De qualquer maneira, as centrais vão para Brasília no dia 26, a fim de fazer mais pressão e pleitear a discussão do assunto.

IMPOSTO DE RENDA - Outra reivindicação das centrais foi em relação ao reajuste da tabela de IR (Imposto de Renda). De 2010 a 2014 a tabela vem sendo corrigida em 4,5% ao ano. Porém, considerando os últimos 12 meses, a inflação, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), já está em 5,58%.

“Chegamos à seguinte conclusão baseada nos estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos): os ganhos reais de salário conseguidos pelas categorias estavam sendo corrigidos pelo IR. Com o índice abaixo da inflação, o ganho do trabalhador está sendo retirado”, declarou o secretário-geral da CUT.
 




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