Economia Titulo Na Grande SP
Maior deflação do ano atinge 27% na Grande São Paulo

Percentual, referente ao açúcar, chega a quase seis vezes a
inflação entre janeiro e outubro, de 4,6%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
13/11/2013 | 07:06
Compartilhar notícia


Inflação. Um dos piores venenos para o bolso do consumidor, responsável pela corrosão do poder de compra das famílias. Neste ano, por exemplo, acumulou alta de 4,64% até outubro. Isso considerando apenas a Região Metropolitana. Ela está mais agressiva em 2013 – no ano passado, no mesmo período, atingiu 3,54%. Mas, nem tudo foi ruim até agora, já que algumas despesas estão bem mais baratas do que no fim de 2012. É o caso do açúcar refinado, por exemplo. O produto teve queda média no preço de 27,02%, ou seja, quase seis vezes mais que a inflação do ano.

As informações são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estão dentro da pesquisa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). As inflações e deflações são acumuladas no ano até outubro. Portanto, representam a variação média dos preços cobrados no último dia de dezembro e do mês passado.

Os preços do açúcar refinado tiveram redução na saída das usinas de cana-de-açúcar. O produtor, neste ano, diminuiu o preço em 8%, segundo informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A pesquisadora de comércio internacional e produtos sucroenergéticos do grupo de pesquisa e extensão do sucroalcooleiro do centro, Heloisa Lee Burnquist, citou a desoneração de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/Cofins da mercadoria como um dos estímulos para a queda nos preços.

Apenas como comparação, enquanto neste ano o açúcar refinado acumulou decréscimo de 27,02%, em 2012, no mesmo período, o recuo atingiu apenas 4,12%.

A segunda maior deflação para as famílias com renda entre um (R$ 678) e 40 salários-mínimos (R$ 27.120), acumulada nos dez meses, foi da tangerina. A fruta perdeu 20,13% dos preços cobrados no fim de dezembro. No mesmo período do ano passado, o produto tinha inflação acumulada de 1,49%. A pesquisadora Mayra Monteiro Viana e a analista de mercado Fernanda Geraldini Gomes, ambas do Cepea, destacaram que o preço ao produtor da fruta diminuiu 5,2%, e a qualidade do produto esteve aquém da ideal, o que pode ter influenciado na redução dos preços aos consumidores.

Em seguida, aparece o óleo de soja como dono da terceira maior deflação para os consumidores, da ordem de 19,79%. Foi praticamente uma reviravolta em relação ao percentual registrado pelo IBGE no ano passado. Naquela época, o produto acumulada expansão média de preços de 25,82%.

A desoneração que o governo federal realizou na energia elétrica, em março, ainda é o pilar de sustentação para que o consumidor continue com deflação no serviço neste ano, avaliou o professor de Economia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) Silvio Paixão. “Não houve outro motivo.” Entre o fim de dezembro e o fim de outubro, a conta de luz dos consumidores da Grande São Paulo teve redução de preços acumulada de 18,82%. Paixão destacou que a deflação não deverá ocorrer no ano que vem, a menos que haja outra desoneração.

Por fim, a quinta despesa com maior queda de preços neste ano foram as excursões, com deflação de 18,55%.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;