Depois de seguidas polêmicas envolvendo a licitação de TI (Tecnologia da Informação) da Câmara de São Caetano, o vereador Pio Mielo (PT) apresenta hoje requerimento solicitando ao presidente da Casa, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB), a suspensão do certame.

O petista, que ocupa o posto de primeiro secretário, afirmou que o assunto tem desgastado o Legislativo e por isso tomou a iniciativa de solicitar ações do mandatário. “Sugerimos a imediata suspensão desse processo licitatório por conta dos inúmeros apontamentos por imprensa e redes sociais. Fica muito complicado que a Câmara sustente-se no certame convocando a quinta empresa classificada, que tem proposta 40% maior do que a vencedora. Tenho certeza que nosso presidente, que se pauta pela ética e transparência, vai entender”, declarou.

A Mirasoft, atual prestadora do serviço, venceu as duas versões do processo, porém, foi desclassificada nas duas oportunidades. “Eu, como usuário do sistema, não tenho nenhuma reclamação e não estou aqui fazendo nota para nenhuma empresa”, completou Pio.

A RDM, empresa que fez a pior oferta no certame, de R$ 1,565 milhão. O custo atual cobrado pela Mirasoft é de R$ 1,212 milhão. Aumento de 29,12%. A CSM, que ofereceu R$ 1,404 milhão, desistiu. A companhia justificou a desistência por ter acompanhado a apresentação de empresas que fizeram melhores propostas e não entender o motivo das desclassificações. Portanto, optou por não fazer um esforço que seria desnecessário. A RDM também participou da primeira versão da licitação oferecendo proposta de R$ 1,675 milhão e não foi habilitada para exercer o serviço.

Na semana passada, o vereador Eder Xavier (PCdoB) trouxe uma matéria jornalística veiculada pelo site da Câmara de Diadema narrando visita de Sidão, em que estava acompanhado “do amigo Damásio Matos”, representante da RDM. “O processo deve ser suspenso e investigado. Se ele precisar de ajuda, eu tenho capacidade, como advogado, para ajudar o presidente nesse processo”, declarou Eder.

Já faz oito meses que Sidão tenta contratar o serviço da criação e instalação de 12 softwares em 150 computadores, além do serviço de manutenção permanente. “É legítimo criarmos uma comissão parlamentar suprapartidária para acompanharmos o processo”, avaliou Pio.

Sidão foi procurado e, por meio da assessoria de imprensa da Câmara, informou não ter poder de cancelamento do processo. Ele ainda disse que a proposta da RDM foi baixada para R$ 1,372 milhão em negociação direta.