Amair Feijole da Cunha, um dos quatro acusados de participar do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang no último dia 12 de fevereiro, em Anapu (Pará), declarou à polícia saber quem são os dois pistoleiros responsáveis pela execução. "Eles trabalhavam para mim jogando semente", disse Amair, conhecido na região pelo apelido de Tato.

Ele admitiu conhecer o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, suspeito ser o mandante do crime. No entanto, Tato afirmou não o ver há pelo menos 20 dias. O advogado de Vitalmiro, Augusto Septimio, informou nesta tarde que seu cliente está analisando a possibilidade de se entregar nas próximas horas à Justiça.

Em seu depoimento, Tato voltou a confirmar que não possui nenhuma ligação com a morte da missionária. Ele revelou que estava "serrando madeira" no momento em que a missionária foi executada e que antes assistiu a uma palestra de Dorothy. "Na sexta-feira, o que eu ouvi ela dizendo é que era para tirar a gente de lá a todo custo, porque ela conseguiu as terras da parte de cima dessa forma, tirando o pessoal, os fazendeiros", disse Tato.

Por fim, o acusado justificou o fato de ter fugido depois de tomar conhecimento da morte da freira. "Quando saí do rancho, vinham mais de 20 pessoas com espingarda. Eles tava tudo armado, já tinha notícia de que ela tinha assassinado. O que eu ia esperar?"

De acordo com a Agência Brasil, Amair Freijoli da Cunha, chegou à delegacia acompanhado do seu advogado, Oscar Damasceno Filho. O promotor de Justiça do município, Edmilson Leray, informou que Tato deverá ser transferido para a carceragem de Altamira. Segundo a polícia, Tato estava em Belo Monte, um povoado que fica entre Anapu e Altamira.