Economia Titulo Exportações
Autopeças contribuem para deficit comercial da região

Sete cidades acumulam saldo negativo
de US$ 156 milhões de janeiro a setembro

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
06/11/2013 | 07:13
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O Grande ABC registra, de janeiro a setembro, saldo comercial (diferença entre exportações e importações) negativo de US$ 156 milhões, de acordo com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Isso ocorre porque a entrada de produtos de outros países, que somou US$ 5,36 bilhões (alta de 22% ante igual período em 2012), superou os embarques de encomendas ao Exterior – que geraram receita de US$ 5,2 bilhões (crescimento de 6,6%).

Esse deficit comercial ocorre, sobretudo, pelo forte volume de compras de bens intermediários, como componentes automotores, utilizados no processo fabril das montadoras. Segundo o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio, os intermediários acumulam sozinhos deficit de US$ 782,4 milhões nos nove meses do ano. “Enquanto a montagem (de veículos) vai bem, a cadeia (produtiva) não tem tido bom comportamento.”

O vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo Mauro Miaguti vê dificuldades para as empresas de autopeças, apesar do programa Inovar-Auto, do governo federal, que deu incentivo fiscal às montadoras com fábricas no País. “As pequenas empresas não são alcançadas nesse programa. Há mais vantagens em importar peças do que produzir aqui”, diz. Para ele, a valorização do dólar frente ao real – que agora está na faixa de R$ 2,25 – ajudou as indústrias nacionais, mas ele questiona a atual política industrial. “O câmbio não é fator primordial, porque o produto chinês é muito mais barato, é impossível concorrer”, afirma.

Maskio considera que a moeda brasileira teria de estar entre R$ 2,35 a R$ 2,45 para dar mais competitividade à indústria nacional.

REAÇÃO - São Bernardo segue como um dos principais polos exportadores do Estado. Em levantamento do Ciesp, que compara as vendas ao Exterior das diretorias regionais da entidade, a do município está na quarta posição, perdendo apenas para São Paulo, Santos e São José dos Campos.

Outro dado que chama a atenção é a significativa melhora nas exportações de São Caetano (alta de 38% de janeiro a setembro). Nesse caso, 85% das encomendas são-caetanenses são para a Argentina, e se percebe recuperação desse mercado, assinala o vice-diretor da regional do Ciesp da cidade William Pesinato.
 




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