O anúncio dos vereadores Atila Jacomussi (PPS) e Edimar da Reciclagem (PSDB) de que caminharão juntos rumo à eleição ao Paço de Mauá em 2012 pegou de surpresa as cúpulas do PSDB e do PSC. Escanteados das negociações entre a dupla, os dirigentes dos partidos não gostaram de tomar ciência da articulação através do Diário e ameaçam criar empecilhos contra a viabilização da parceria.

"Não estava nem sabendo da reunião entre eles (no sábado). Só soube pelo jornal, quando voltei de Fortaleza. Compor com o Atila foge da renovação que tanto falamos", analisa o presidente municipal do PSDB, Márcio Canuto. Ele já havia declarado em setembro que "de forma alguma" o tucanato se aliaria ao popular-socialista, a quem considera representante do governo passado. O pai de Atila, Admir Jacomussi, foi secretário de Obras na gestão Leonel Damo (2005 a 2008).

O mandatário, contudo, titubeia quando indagado se vetaria a chapa em caso de Edimar encabeçá-la. "É pergunta difícil, mas acho que sim. Prego renovação total... Não sei o que se passa na cabeça do Edimar, que acaba nos colocando em situação complicada."

Segundo o relatado por Atila, um dos motivos que impulsionam a possível parceria com o PSDB é a união da legenda com o PPS nos âmbitos federal, estadual e regional. O popular-socialista afirma "estranhar" a declaração de Canuto. "Nunca participei de governo nenhum. O Márcio precisa amadurecer um pouco mais esta ideia."

Ontem, durante a entrega da segunda fase do Complexo Viário Jacu-Pêssego, em Mauá (leia mais na capa de Setecidades), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) garantiu que não irá interferir na condução do processo de formação de chapas e escolhas de candidatos do partido para as eleições de 2012. "As decisões cabem aos diretórios municipais", sintetizou. 

EVANGÉLICOS

Antes de anunciar a proximidade com Edimar e de olho no potencial eleitoral dos evangélicos, Atila já havia firmado compromisso de caminhar com o PSC na eleição. O acordo, segundo o partido, passa necessariamente pela pastora Genilda Ribeiro ocupar a vaga de candidata a vice-prefeita.

"Esta é a nossa condição. Não estudamos nenhuma outra possibilidade de aliança", diz o vice-presidente do PSC municipal, Elton Ribeiro, cunhado de Genilda. A pastora participa de congresso em Serra Negra e retornará a Mauá domingo.

"Achamos importante a vinda do PSDB, mas não para compor chapa. Acredito na palavra do Atila, mas, se não cumprir, estaremos livres para tomar outra direção", conclui o dirigente.

Atila evitou entrar em saia justa e declarou que a definição da "chapa de renovação" se dará em conjunto entre PPS, PSDB, PSC e PRP.