Política Titulo Omissão
Laranja deixa construtora
do Museu do Trabalhador

Desempregado com R$ 10,4 milhões da companhia
contratada por Marinho, Erisson é retirado da diretoria

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/11/2013 | 07:36
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Montagem/DGABC


O desempregado Erisson Saroa Silva, 27 anos e morador de aluguel no Jardim Campanário, em Diadema, foi retirado da sociedade na Construções e Incorporações CEI, empreiteira responsável pela obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, vitrine do governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).

A saída de Erisson da empreiteira foi formalizada na Junta Comercial 11 dias depois da denúncia do Diário, mostrando que o eletricista desempregado detinha R$ 10,4 milhões em participação na prestadora – dividindo a diretoria da Construções e Incorporações CEI com Elvio José Marussi (ele continua à frente da terceirizada).

Na edição do dia 29 de setembro, o Diário trouxe relato de Erisson dizendo não saber que possuía cota milionária na empreiteira, indicando que ele poderia ser laranja na construtora responsável pela obra que enaltece o padrinho político de Marinho: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ex-presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), o advogado Sidnei Muneratti explicou que para efetuar a retirada de Erisson da Construções e Incorporações CEI, Elvio José Marussi deveria devolver o investimento e o desempregado de Diadema necessitaria declarar o vencimento à Receita Federal. “Ou então ele (Erisson) deveria assinar carta declarando doar sua parte ao proprietário, sendo que essa doação também é sujeita à tributação”, disse Muneratti.

A saída do eletricista da empresa foi registrada no dia 10 na Junta Comercial, sem nenhuma menção de transferência financeira entre as partes. Erisson foi substituído por Carlos Alves Pinheiro, que investiu a mesma quantia declarada anteriormente pelo diademense: R$ 10,4 milhões. O capital da terceirizada continua o mesmo, de R$ 20,8 milhões.

No mesmo registro do dia 10, Elvio José Marussi e, agora, Carlos Alves Pinheiro, reforçam que a sede da Construções e Incorporações CEI está localizada na Rua Sheldon, na Lapa, na Capital. No dia 30 de setembro, quando a equipe do Diário retornou ao local, foi informada de que ali não mais funcionava a empreiteira.

Nenhum representante da construtora retornou aos contatos da reportagem. Questionado sobre o andamento do pedido de explicações feito pelo prefeito sobre as supostas irregularidades da empresa contratada, o governo Marinho não respondeu. Erisson não foi encontrado.

O caso está sob investigação do Ministério Público Federal e da Promotoria de São Bernardo. “Com esses indícios apresentados, fica mais forte a suspeita (de que Erisson Saroa Silva era laranja da empreiteira responsável pelo Museu do Trabalhador)”, avaliou Muneratti.

A obra vai custar R$ 18,3 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 14,4 milhões do governo federal.




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