Economia Titulo Aplicação
Saldo da poupança no
Grande ABC cresce 19%

Entre agosto de 2012 e o mesmo mês deste ano,
total das aplicações saltou para R$ 13,2 bilhões

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
03/11/2013 | 07:45
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Divulgação


Os moradores do Grande ABC estão revendo suas finanças pessoais e poupando mais. E os números demonstram isso. Em um ano, de agosto de 2012 até o mesmo mês deste ano, o saldo das aplicações na tradicional caderneta das principais instituições bancárias cresceu 19%, passando de R$ 11,1 bilhões para R$ 13,2 bilhões.

Nesse período, todas as cidades da região ampliaram o valor do saldo aplicado na poupança. Em Rio Grande da Serra, por exemplo, houve alta de 29,48% do montante destinado ao investimento no prazo de um ano – em agosto, as economias somavam R$ 45,2 milhões (veja tabela acima).

O levantamento foi realizado pelo Diário com base nos últimos dados disponíveis pelo BC (Banco Central). A pesquisa mostra, ainda, que o município que detém maior quantia aplicada na poupança é São Bernardo (atuais R$ 4,4 bilhões), até por ser o maior município da região, com maior volume de moradores.

A Caixa Econômica Federal é o banco que possui maior fatia das aplicações na região – concentra 710 mil poupadores que investem R$ 3,7 bilhões. Na segunda colocação aparece o Itaú Unibanco. Na sequência, divididem o terceiro lugar Banco do Brasil e Bradesco.

Segundo o professor do curso de Ciências Econômicas da Universidade Metodista de São Paulo David Dantas, esse aumento é um bom termômetro no que diz respeito ao orçamento familiar. “Após a abundância de crédito e a taxa de inadimplência subir, as pessoas se conscientizaram de que é preciso rever seus gastos e direcionar os ganhos”, diz Dantas, ao justificar o aumento do volume de recursos depositados em contas-poupanças.

O docente explica que a caderneta também é bastante utilizada em conjunto com fundos de investimentos disponibilizados pelas instituições bancárias. “É uma das formas de poupar que dão segurança, já que não há impostos sobre a aplicação, e dá para formar patrimônio.”

No entanto, ele aconselha aqueles que possuem uma boa quantia a diversificar as formas de aplicação. “É bom colocar um pouco na poupança, comprar ações, aplicar no Tesouro. No longo prazo isso funciona muito bem.”

Geralmente, recomenda-se aplicar entre 10% e 15% do salário. “Mas, é claro que se o percentual for alto, o importante é poupar alguma quantia, mesmo que pequena”, diz o professor.

A advogada Natalia Fernandes, de Santo André, resolveu não arriscar. Desde 2005, quando conquistou o primeiro emprego, aos 20 anos, resolveu começar a poupar. “Meu pai sempre se preocupou em guardar, fazer uma reserva. Posso dizer que segui seu exemplo, embora ele seja mais arrojado e aplique em ações. Eu já acho que poupança é um investimento mais seguro, apesar de menos rentável, mas com menor índice de risco.”

Como mora com os pais, a advogada destina R$ 800, em média, ao mês, para guardar na poupança. Com essa quantia, após seis anos, Natalia deu entrada em seu apartamento. Nesse período conseguiu juntar aproximadamente R$ 50 mil. “Embora meu pai tenha me ajudado, hoje já posso dizer que o apartamento é meu. Faltam apenas algumas parcelas do financiamento”, comemora.

  

RENDIMENTO

Em agosto, a caderneta de poupança voltou ao seu sistema de rendimento normal. Isso significa que as aplicações geram retorno de 6,17% ao ano mais a TR (Taxa Referencial), que normalmente acrescenta cerca de 0,5 ponto percentual à taxa.

Isso ocorreu porque o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) elevou a meta da taxa básica de juros nacional, a Selic, de 8,5% ao ano para 9%.

Até 8,5% ao ano, a Selic ditava o rendimento da poupança. A aplicação financeira mais conservadora do País retornava apenas 70% do percentual da taxa básica de juros.

Maior parcela de poupadores são mulheres

Segundo levantamento feito pela Caixa Econômica Federal, em todo o País, o público da poupança está distribuído em todas as faixas de idade e renda. São mais de 1,4 milhão de poupadores com até 15 anos de idade, e 5,7 milhões com mais de 65 anos.

As mulheres respondem por 51% das contas. A Região Norte foi a que mais cresceu em representatividade sobre a base nos últimos três anos, apresentando aumento de 35%.

A classe média também tem poupado mais. Nos últimos três anos, houve aumento de 41% na quantidade de investidores dos segmentos de média renda na Caixa.

Segundo o vice-presidente de varejo e atendimento do banco, José Henrique Marques da Cruz, a poupança tem papel fundamental na sociedade. “Além de viabilizar o planejamento futuro e garantir maior segurança para os poupadores, por meio da captação desses recursos é possível viabilizar o sonho da casa própria de milhões de brasileiros”, afirma. “Graças ao bom desempenho da poupança, a Caixa vem podendo destinar cada vez mais recursos para o financiamento habitacional.”




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