Documentos solicitados pela CPI da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) chegaram na quarta-feira à Câmara – com quatro dias de atraso – e integrantes querem se reunir na segunda-feira para, efetivamente, iniciar trabalhos da comissão.

Com apuração morosa do grupo, a avaliação da documentação será vital para o andamento da investigação parlamentar. Tudo porque o departamento jurídico da Casa orientou os componentes da CPI a evitar esmiuçar ações que já tenham sido encerradas, tanto por parte da Justiça quando por parte dos interessados.

Neste caso, duas das principais ações que resultaram na dívida de R$ 1,1 bilhão da Saned com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não entrariam na pauta da CPI: o processo do rompimento unilateral do contrato de fornecimento de água e esgoto em 1994 para criação da Saned e o da diferença no pagamento do metro cúbico de água.

“Queremos analisar toda documentação que chegou, discutir e dar um norte à comissão. Isso deve ser feito na segunda-feira, agora que toda papelada está na Câmara”, afirmou o secretário de Assuntos Jurídicos da Casa, Airton Germano (PT).

A CPI é formada pelos governistas Atevaldo Leitão (PSDB), Célio Boi (PSB), Milton Capel (PV), Luiz Paulo Salgado (PR) e pelo oposicionista Josa Queiroz (PT). O tucano preside os trabalhos, enquanto o petista é o relator.

Foi aprovada em agosto, mas perdeu muito de sua força quando a Câmara ratificou, em setembro, convênio feito entre Lauro e Sabesp para conceder o serviço de água e esgoto por 30 anos à estatal em troca do abatimento total do passivo de R$ 1,1 bilhão.
A expectativa é de que a Sabesp passe a gerenciar os trabalhos em Diadema em janeiro.