Grande ABC deu um passo inovador para o fomento da indústria. Ontem, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e o APL (Arranjo Produtivo Local) regional de Ferramentaria assinaram o protocolo de constituição do Nais/Ferramentaria (Núcleo Avançado de Inovação Setorial em Ferramentaria do Grande ABC).</CW><CW20>

Com participação inovadora de instituições de ensino pública e privada, administrações municipais e mercado, o projeto tem como objetivo criar uma espécie de centro de excelência em prestação de serviços de engenharia, pesquisa e desenvolvimento para o segmento específico de ferramentaria.

Coordenador do APL, Maurício Tomazetti Filho explicou que um projeto para a criação de uma ferramenta, atualmente, leva até 210 dias para ficar pronto. “Pretendemos reduzir esse período pela metade.” Ele estimou um preço médio de R$ 100 mil por um dos serviços do núcleo, como o desenvolvimento de projeto de ferramentaria para a produção de uma porta, ou um eixo de carro, que serão contratados pelas empresas. “O grupo incluído no APL terá benefícios”, garantiu. Ainda não há definições de preços ou descontos. A única premissa é de que os valores serão equivalentes aos cobrados atualmente pelo mercado.

Basicamente, o Nais prestará cinco segmentos de serviços. São eles: 1) Pesquisa científica e aplicada em soluções industriais; 2) Criação de projetos ferramentais e dispositivos com detalhamento e modelamento em 3D; 3) Execução de simulação, modelamento 3D e execução do plano de métodos de produção e manufatura; 4) Desenvolvimento tecnológico e assessoria técnica junto às empresas fornecedoras e engenharia de desenvolvimento das empresas demandantes; 5) Validação de produtos e serviços técnicos.

Já na área acadêmica, que participará do Nais, haverá o estímulo e a produção de trabalhos e pesquisas científicos, como também teses de mestrados e doutorados direcionados ao ramo de ferramentaria.

INVESTIMENTO - Como o Nais/Ferramentaria é a coordenação propriamente dita do centro de pesquisas, tentará captar com agentes de fomento, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia). Serão necessários, aproximadamente, R$ 6 milhões.

Os recursos serão para a estruturação do Birô de Engenharia, que terá um supercomputador capaz de processar dados em altíssima velocidade, a contratação de profissionais para dedicação integral e estagiários. Tudo isso dentro do Instituto Mauá de Tecnologia.

As verbas também servirão para o pagamento das bolsas dos pesquisadores, que contribuirão por meio do grupo de pesquisa e desenvolvimento tecnológico a ser instalado dentro da UFABC (Universidade Federação do Grande ABC). Este, por sua vez, contará, inicialmente, com quatro doutores, seis mestres e dez bolsistas de iniciação científica.