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O que eu ganho quando faço birra?

Fazer manha é algo comum na infância, mas não vale a pena.

Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
03/11/2013 | 07:00
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Ao passar em frente a uma loja de brinquedos dá vontade de levar tudo para casa. Mas nem sempre os pais podem ou, simplesmente, não é a hora de comprar nada, então dizem ‘não’. “Tem quem bate o pé, grita e chora se não consegue o que quer”, afirma Larissa Montebelo Silveira, 9 anos, que confessa já ter feito birra.“Aprendi que assim não ajuda a conseguir as coisas.” Para Giulia Zanom Lima, 9, mais do que não surtir efeito, a atitude é feia, principalmente se acontece em locais públicos, como shoppings e parques. “Todo mundo vê e dá vergonha.”

Além disso, bater muito o pé pode acabar mal. “Minha mãe pode me colocar de castigo se fizer manha, por isso, me controlo”, conta Fernando Bispo, 9. Apesar de ser considerado comportamento infantil, nem todos fazem birra só nessa fase da vida, pois cada pessoa tem personalidade e educação diferentes. No entanto, é natural ter dificuldade para controlar as emoções, principalmente até os 5 anos. Conforme passamos por experiências, descobrimos a melhor maneira de lidar com as perdas e ganhos.

Às vezes, é difícil entender quando o adulto diz que não podemos algo. Mas é importante confiar no responsável e respeitar sua decisão. “Se a mãe faz tudo o que o filho quer, ele pode ficar mimado e ter problemas quando crescer”, acredita Bruna Christina Dias, 10. “Quando vira adolescente, corre o risco de perder todos os amigos se não aceitar a opinião deles”, diz Julia Schiavo de Oliveira, 9. Por isso, Enzo Darré, 10, se esforça para ser paciente e obediente. “Não podemos ter tudo na hora que queremos.”

 

Ganhar não é o mais importante - Tem quem faça birra quando perde um jogo, campeonato ou vai mal na prova, como aconteceu com Bruna Dias, 10 anos. “Fizemos uma competição de dança de videogame. Eu ganhei e as minhas amigas saíram bravas, não queriam jogar mais.”Enzo Darré, 10, passou por experiência semelhante no futebol. Depois de perder a semifinal, o time ficou triste, mas um dos garotos ficou bravo com o árbitro. “Saiu correndo chorando.”

É importante saber que nem sempre dá para ganhar. Lidar com a perda é complicado, mas fica fácil se pensar que terá chances de tentar de novo, como aconteceu com Pedro Varrotti, 8, que luta jiu-jítsu e não conseguiu ganhar o último combate. “Foi empate. Vou treinar mais para a próxima.”

Ouvir ‘não’ faz parte da vida - Pedro Varrotti, 8 anos, sentiu as consequências de fazer birra. “Fui comprar o presente de aniversário do meu amigo. Só que fiquei com vontade de levar um brinquedo para mim também. Então, bati o pé. No fim, minha mãe não comprou o que eu queria e não fui para a festa.”

Embora pareça que só ouvimos ‘não’, nem sempre é assim. Quando dá para realizar os desejos, os pais, professores e treinadores fazem o que pedimos. Só que é necessário estar preparado para as frustrações. Saber lidar com elas é importante em todas as fases da vida.

Existe série de regras na sociedade que precisam ser respeitadas, como as leis da cidade e do País. Não dá para fazer tudo o que se tem vontade. Quando for adulto e estiver trabalhando, por exemplo, terá de respeitar e cumprir as ordens do chefe. Se não obedecer, pode até perder o emprego. 

Em geral, é difícil aceitar o ‘não’. Mas, quando acontecer, pense em tudo que você já tem, no que já conquistou e em todas as vezes em que se divertiu. Lembre-se que haverá outras oportunidades para conseguir o que deseja. Tenha paciência!

 

** Consultoria da educadora Tania Zagury, professora de Psicologia da Educação e Desenvolvimento da UFRJ, e da psicóloga Cecília Faria. Colaboração do Colégio Sungular, de São Caetano.

Veja alguns personagens da TV famosos por suas birras (como a Emília), curiosidades e livros que falam do tema no blog do Diarinho (http://blogdiarinho.blogspot.com.br/2013/11/birrentos-famosos.html)




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