Economia Titulo Campanha salarial
Químicos paralisam
produção por até 3 horas

Sindicato mobiliza 3.250 trabalhadores para
forçar patrões a avançarem nas negociações

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
30/10/2013 | 07:10
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Orlando Filho/DGABC


O Sindicato dos Químicos do ABC aumentou a intensidade das mobilizações para reforçar a campanha salarial da categoria. Ontem, aproximadamente 3.250 trabalhadores cruzaram os braços, por até três horas, em fábricas de São Bernardo.

As reivindicações deste ano têm como principal objetivo garantir aos trabalhadores reajuste salarial com aumento real, ou seja, superior à inflação acumulada em 12 meses. Na pauta, os químicos pedem 13% de incremento total.

Ontem foi a vez dos segmentos de tintas e produtos de higiene balançarem com os atos da categoria. Na unidade de tintas e vernizes da Basf, o sindicato dos químicos conseguiu mobilizar cerca de 1.200 trabalhadores. Eles ficaram sem prestar seus serviços à empresa entre as 5h15 e 8h.

Na unidade de produtos químicos automotivos da AkzoNobel de São Bernardo, 450 trabalhadores paralisaram a produção das 5h até as 8h. “Só voltaram às atividades após o pessoal do administrativo negociar com o sindicato”, disse o coordenador para São Bernardo da entidade, Ronaldo de Oliveira. A unidade, denominada AkzoNobel Automotive & Aerospace Coatings, é responsável pela fabricação das linhas Sikkens e Wanda.

No mesmo segmento de tintas, a entidade realizou assembleia na Sherwin-Williams, para 400 funcionários, durante a tarde. Na fábrica da empresa, que também é responsável pela produção das tintas Colorgin, as atividades ficaram paradas por menos de uma hora.

A Colgate, localizada na Rodovia Anchieta, também entrou na lista. “Em todas trabalhamos a campanha salarial”, destacou Oliveira. Na companhia do setor de higiene pessoal, estima o coordenador do sindicato, 1.200 trabalhadores não exerceram suas atividades por 40 minutos.

Também houve assembleia, porém de poucos minutos, não suficiente para paralisar a produção, na fábrica de tintas Acrilex.

REUNIÃO

A Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT do Estado de São Paulo) é a responsável pelas negociações do acordo coletivo da categoria com a bancada patronal. Além do reajuste de 13%, pede também redução da jornada de trabalho semanal sem queda nos salários, licença-maternidade de seis meses e cesta básica gratuita.

Outro pedido é expansão dos pisos para R$ 1.550. Hoje, companhias com até 50 empregados garantem R$ 1.056,44 para os menos remunerados. Nas empresas com mais, é pago R$ 1.073,60 de início.

Hoje, a bancada patronal terá reunião para acertar os detalhes da contraproposta para os trabalhadores. Amanhã, Fetquim e empresários sentam à mesa para negociar.

AGENDA

Hoje, a principal mobilização ocorrerá na unidade da AkzoNobel em Mauá. “Lá será a maior. Faremos assembleias em outras empresas bem menores, mas na Akzo será a principal para pressionar os patrões”, garantiu o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC e coordenador da Fetquim, Raimundo Suzart.
 




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