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Anfavea discute com governo problema na cadeia de autopeças

Boa parte das pequenas fabricantes tem dívidas
fiscais e não pode tomar crédito do BNDES

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
22/10/2013 | 07:00
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A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que representa as montadoras com fábricas no País, discute com o governo federal proposta para resolver um dos grandes problemas de seus fornecedores: boa parte das pequenas empresas de autopeças tem dívidas fiscais, por isso, não consegue obter a CND (Certidão Negativa de Débitos), documento essencial para alcançarem linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

A questão é importante, já que as empresas do ramo precisam ter acesso a financiamento para investir em modernização, a fim de fazer frente às novas necessidades tecnológicas das montadoras. A ideia da Anfavea é que, se uma companhia tem, hipoteticamente, R$ 50 mil de dívidas com o Fisco e encaminha projeto para investir R$ 1 milhão em modernização, poderia buscar agente financeiro (os bancos comerciais) e obter uma análise do “mérito” do plano junto ao BNDES. Com a sinalização positiva da instituição do governo federal, o banco anteciparia R$ 50 mil para a fabricante obter a CND e se habilitaria a obter R$ 1,050 milhão de linha de crédito, incluindo o valor antecipado.

A sistemática poderia fazer parte do Inovar-Autopeças, política de incentivo a esse segmento que está para ser lançada e que seria um complemento às medidas contidas no programa Inovar-Auto, no qual o governo federal oferece redução de tributos às montadoras em contrapartida a compras de componentes no País e também a investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, as fabricantes de veículos se habilitaram no Inovar-Auto assumindo o compromisso de 12% de ganhos de eficiência energética até 2017, mas, alguns componentes dos carros que serão fundamentais para atingirem esse objetivo não são fabricados no Brasil, entre os quais o sistema start-stop (que desliga o motor quando o veículo está parado por alguns segundos, economizando combustível). “É um desafio para o Sindipeças e para o governo. Precisamos avançar, senão o esforço de aumentar o conteúdo local (as compras locais) será inútil”, assinala.

Ele afirma que não será possível uma indústria automobilística forte sem fornecedores locais competitivos. O setor brasileiro de autopeças amarga deficit comercial (importações superiores às exportações) de US$ 6,57 bilhões neste ano até agosto.
 




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