O Ministério Público recomendou à Câmara de Diadema a desocupação de imóvel pertencente ao irmão do vereador Milton Capel (PV) e que abrigava setores administrativo e jurídicos da Casa.

Para a promotoria local, havia princípios de imoralidade no fato de o Legislativo alugar um espaço cujo proprietário possui parentesco com um dos 21 parlamentares da cidade.

O prédio, de três andares e pertencente a Elídio Capel, está localizado na esquina da Rua Regente Feijó com a Rua Felipe Camarão, no Centro, a dois quarteirões da estrutura legislativa, sediada à Avenida Antônio Piranga.

Por mês, a Casa desembolsava pouco mais de R$ 5.600 pelo aluguel do espaço, uma vez que a Câmara não comportava todos os funcionários na sede principal.

A mudança de servidores começou a ser feita no mês passado, com readequação de gabinetes e salas para comportar os que atuavam no prédio da Rua Regente Feijó. Um exemplo é sala 30, onde tradicionalmente ocorria reuniões entre vereadores para discussão de projetos da semana. O local agora abriga servidores do departamento administrativo.

O segundo andar da sede original também passou a ser mais ocupado por funcionários. O andar passou por reforma no ano passado para acolher servidores que seriam admitidos por meio de concurso público. É nesse pavimento que acontecem as reuniões semanais dos parlamentares.

O presidente do Legislativo, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), decidiu acatar recomendação do MP diademense, apesar de ressaltar que, constitucionalmente, não precisava devolver o prédio ao proprietário.

OUTRO CASO

Milton Capel esteve no centro de outra investigação do MP no começo do ano porque sua filha, Tatiana Capel, atuava na gestão Lauro Michels (PV), na Prefeitura, em cargo comissionado.

À época, o promotor Daniel Serra Azul Guimarães decidiu abrir inquérito civil para apurar outros casos de nepotismo no Paço, mas a investigação está paralisada desde a saída de Serra Azul da promotoria de Diadema.