Diarinho Titulo Consciência
Destino certo para o óleo

Se for jogado no ralo, polui o meio ambiente e entope encanamentos; por isso, tem de reciclar

Caroline Ropero
do Diário
20/10/2013 | 07:00
Compartilhar notícia
Seri


Quando a avó de Lucas Gomes, 9 anos, de Santo André, termina de fritar o bolinho de chuva, sobra bastante óleo na panela. Mas, em vez de jogar na pia, ela separa o que restou em uma garrafa PET e, mais tarde, o transforma em sabão. “Minhas tias jogavam o óleo delas no ralo, mas depois que minha avó começou a reciclar, elas juntam e doam para ela”, conta o garoto.

Às vezes, temos a impressão de que aquilo que despejamos no ralo desaparece, mas sempre vai para algum lugar. Quando passa pelo cano, a gordura do óleo pode endurecer e formar crosta que gruda, entope a tubulação e atrai bichos que podem transmitir doenças, como ratos e baratas.

Se não houver tratamento de esgoto, se espalha por rios, córregos e represas. “Polui a água que poderíamos beber”, comenta Gabriel Campos, 10, de Santo André. Para se ter uma ideia, um litro de óleo de cozinha pode contaminar até um milhão de litros de água.

Além disso, quando o óleo fica na superfície do rio, impede a passagem dos raios solares para que os vegetais aquáticos façam fotossíntese, como as algas marinhas, que produzem 55% do oxigênio do planeta. Também pode matar animais.

Já em contato com o mar, que é salgado, ocorre reação química que libera gás metano, colaborando com o efeito estufa (fenômeno natural que aumenta a temperatura da superfície da Terra). Outro motivo para não jogar óleo na pia é que, sem rede de tratamento, pode penetrar no solo e provocar enchentes.

 

Escolas realizam troca por sabão

No Brasil, são despejados no ralo 100 milhões de litros de óleo de cozinha todo mês. Mas tem gente querendo mudar isso. Em parceria com o Instituto Triângulo, as escolas municipais de Santo André participam da campanha Junte Óleo, que troca uma garrafa PET com óleo de cozinha usado por duas pedras de sabão feitas com a substância.

Na Emeief Professora Sônia Aparecida Marques, todos aprenderam a descartar corretamente. “Se jogar errado, polui a água potável e prejudica as estações de tratamento”, diz Cauã Strufardi, 10 anos. “É difícil separar as duas substâncias”, afirma Bruno Coca, 11. Por isso, reciclar é a melhor opção. “Não dá para usar o óleo depois de fritar, mas dá para fazer sabão, sabonete e detergente”, explica Esther Regina Vieira, 10.

Quem quiser também pode participar. É só levar o óleo usado no Instituto Triângulo (Av. Gago Coutinho, 67, tel.: 4428-2812), em Santo André. Mais: www.triangulo.org.br.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;