Economia Titulo Sindicatos
Região tem 21% das
agências abertas

Greve dos bancários entra no 21º dia; clientes
podem encontrar atendimento nos bairros

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
09/10/2013 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


A greve dos bancários completou 20 dias ontem. Mas, ainda é possível encontrar agências abertas. De acordo com levantamento da equipe do Diário, de 131 unidades dos bancos nas sete cidades, sendo a maioria nos centros, 21,4% estavam funcionando.

Conforme destacou o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson, a estratégia é fechar as agências nos centros dos municípios. “Elas são as que concentram maior movimentação”, destacou, sem estimar números. Portanto, as unidades dos bairros, provavelmente, estarão realizando atendimento aos clientes.

Os bancários rejeitaram, na segunda-feira, em assembleia, a proposta da Fenaban (Federação Nacional de Bancos) de reajuste salarial de 7,1%. A categoria reivindica aumento nos pagamentos da ordem de 11,93%. Além disso, busca também melhorias laborais, como a ampliação da segurança nas agências.

Ontem, conforme a entidade, 228 unidades das instituições financeiras estavam fechadas no Grande ABC. A equipe do Diário confirmou pelo menos 45% desse número ao percorrer as sete cidades, das 10h até às 16h. O levantamento revelou também que os bancos públicos – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – são aqueles cuja adesão à greve é a maior.

Proporcionalmente, Ribeirão Pires, Diadema e Mauá são os municípios em que os bancos, em meio às paralisações, melhor atendem os clientes. Isso considerando que 87% das agências visitadas (114) estavam nos centros, sendo apenas 13% (17) nos bairros.

Entre as dez unidades bancárias de Ribeirão Pires, 60% (seis) estavam abertas. Em 17 diademenses, 58,8% (dez) prestavam serviços completos aos consumidores e empresas.

No caso de Mauá, das 11 instituições financeiras verificadas, 45,5% (cinco) também estavam com as portas abertas.

Santo André apresentou apenas 10,5% (quatro) das 38 agências observadas abertas. No caso de São Bernardo, foram 32 unidades constatadas, tendo em vista que 9,4% (três) funcionavam plenamente.

Em São Caetano, as 20 agências encontradas estavam fechadas. O mesmo ocorreu com as três de Rio Grande da Serra.

ATENDIMENTO - Quando os consumidores encontravam as agências bancárias fechadas, geralmente gastavam vários minutos nas filas dos caixas eletrônicos no hall de atendimento, que estão em plena atividade.
“Hoje, um ATM (terminal de autoatendimento) realiza múltiplas funções, permitindo que o consumidor faça desde um simples pagamento até solicitações de débito automático, resgate de investimentos, retirada de folha de cheque, transferências para outros bancos, empréstimos pessoais, entre outras funções”, explicou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

A entidade explicou, ainda, que “80% dos caixas eletrônicos já estão adaptados para pessoas com deficiência” e funcionam até às 22h, “com saques noturnos limitados a R$ 300 e o valor diurno varia dependendo da instituição financeira”.

Os bancos, segundo a federação, sentem pesar em relação aos clientes por causa das negociações salariais. “A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) lamenta os transtornos causados pela paralisação e ressalta que está empenhando todos os esforços necessários para chegar a um acordo.”

JUSTIÇA - Nilson comemorou como vitória a cassação de liminar do Bradesco ocorrida ontem. O banco tentou decisão judicial antes do julgamento do mérito para que os sindicalistas não entrassem e bloqueassem as agências da instituição privada em São Bernardo, como conseguiu em Santo André e Mauá. Porém, o Tribunal Regional do Trabalho cassou a liminar. “Garantimos nosso direito de greve.”

Paralisações geram problemas para clientes e comerciantes

Mesmo com os caixas eletrônicos funcionando, os consumidores têm enfrentado problemas na hora de executar algumas operações.

É o caso do ajudante geral Adriano Gomes da Silva, 29 anos, que mora em Diadema. Sua carteira está vazia há uma semana, pois seu cartão de débito da conta-corrente da Caixa Econômica Federal ficou bloqueado por exceder as tentativas de senha. Desde então, busca um caixa eletrônico nas agências do banco para tentar desbloquear seu plástico. “Pelo visto, eu tenho que conversar com o gerente. Mas não tem gente trabalhando nas agências”, desabafou Silva.

A Caixa explicou, por nota, que os cartões de débito são bloqueados, automaticamente, após a digitação errada da senha por três vezes consecutivas. Também por uso indevido, como tentativas de clonagem dos plásticos. O banco destaca ainda que o desbloqueio está disponível apenas na agência em que o cliente mantém a conta.

A greve tem impactado também o comércio nos arredores das agências bancárias fechadas. Esse é o caso da lanchonete Panorama, em Diadema. O estabelecimento fica ao lado de uma unidade da Caixa e seu faturamento médio diário diminuiu 30% durante a paralisação.

“Tudo caiu. Todas as vendas. Comercializamos muito para aqueles que estão de passagem. E diminuiu muito o movimento”, disse o gerente, José Lima, 60.




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