Os estudantes que desde terça ocupam a sede da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) prometem uma manifestação às 18h desta segunda-feira, 07, na Avenida Paulista, em solidariedade aos professores em greve no Rio de Janeiro. De acordo com o Direito Central Estudantil (DCE), cerca de 200 manifestantes permanecem acampados na reitoria. Eles reivindicam, entre outras coisas, eleição direta para reitor.

Na última sexta, a direção da universidade decidiu cortar a energia elétrica e o fornecimento de água do prédio da reitoria, numa tentativa de interromper a ocupação. Mesmo assim, os alunos mantiveram-se no prédio. "Interromper o fornecimento de água é uma clara medida política. Estamos com dificuldades até para usar os banheiros", garante o estudante de Relações Internacionais e diretor do DCE, Felipe Beira.

De acordo com o líder estudantil, os manifestantes estão contando com ajuda de residentes do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp), a moradia estudantil da USP, para higiene pessoal e alimentação.

Próximos passos

A Justiça agendou uma audiência de conciliação para amanhã, entre a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) e os manifestantes. A reunião foi definida n quinta-feira, pela 12.ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo, ao analisar o pedido de reintegração de posse feito pela USP. O DCE, o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e a Associação dos Docentes da USP foram requeridos no pedido de reintegração feito pela universidade.

Para a data, o DCE convocou também uma manifestação em busca de apoio à reivindicação dos universitários "Queremos envolver a sociedade civil, pois a USP é uma universidade pública", explica Beira. Os estudantes pretende fazer uma manifestação, com saída do Largo São Francisco e caminhada pelo centro até o prédio do Tribunal de Justiça. Na quarta, os estudante organizam uma nova manifestação junto com alunos da Unicamp, na Avenida Paulista.

Os estudantes da Unicamp, que invadiram reitoria da universidade na quinta-feira, farão assembleia hoje para votar a desocupação pacífica do prédio. A assembleia foi marcada na sexta-feira, após a Justiça conceder a reintegração de posse. Os estudantes protestam contra a entrada da PM na universidade, determinada depois da morte do aluno Denis Casagrande, de 21 anos, em uma briga dentro do câmpus de Campinas.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que a crise envolvendo a invasão da reitoria da USP por estudantes é assunto interno da universidade. "A universidade tem autonomia pedagógica, administrativa e financeira. Todas as três universidades têm uma regra que o conselho universitário define e estabelece", disse Alckmin. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.