Economia Titulo Em dez anos
Leite encarece 96,8%
no Grande ABC

De outubro de 2003 a este mês, preço médio do
produto na região passou de R$ 1,25 para R$ 2,46

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
06/10/2013 | 07:37
Compartilhar notícia
DGABC


Mais café, menos leite. Essa é a medida da xícara no café da manhã daqueles que moram na região. Isso porque faz algum tempo que o leite tem encarecido e pesado no bolso dos consumidores. De outubro de 2003 a este mês, o preço médio do litro da bebida subiu 96,8%, passando de R$ 1,25 para R$ 2,46. Nesse período, a inflação às famílias acumulou alta de 69%. Ao longo deste ano, o leite chegou a atingir R$ 2,80, em média. 

A Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), responsável pela pesquisa semanal da cesta básica no Grande ABC, realizou o levantamento a pedido do Diário

A explicação para a inflação do laticínio é um descompasso entre a produção nacional e o consumo, que vem crescendo anualmente. “Há alguns anos a bebida era vendida a preços muito baixos e isso desestimulou os pecuaristas a aumentar as produções, já que todo o processo é caro e necessita de investimentos (constantes)”, conta o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto. 

Além do aumento do consumo das famílias, as indústrias fabricantes laticínios também aumentaram a produção de diversos itens lançados no mercado, elevando a demanda da matéria-prima.

Como se não bastasse, no meio do ano, principalmente, o inverno deixou os pastos secos e os produtores precisaram gastar mais para alimentar o gado com ração, cuja base são a soja e o milho. “Eles repassam esses gastos adicionais ao vender o produto final, não tem como”, conta o engenheiro agrônomo. 

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), as elevações nos preços do leite ao produtor nos últimos meses foram sustentadas pelo consumo aquecido da população, que, mesmo com a valorização dos derivados lácteos nos supermercados, não deixou de adquirir esses produtos. 

A boa notícia é que desde setembro os preços demonstram tendência de queda. “Agora, os preços dos derivados devem se estabilizar, principalmente os do leite UHT, já que o consumo pode não se sustentar. Além disso, o movimento de recuperação da produção de leite segue firme, ainda que este seja período de entressafra”, aponta o relatório mensal do Cepea. 

Preço da cesta básica fecha setembro com leve alta 

Com ligeiro reajuste de 0,17%, o preço da cesta básica da região fechou setembro em R$ 414,95, ou seja, R$ 0,69 a mais que no mês anterior, conforme pesquisa elaborada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Entre os itens que puxaram este aumento estão o frango (19,37%), a banana (15,19%), a laranja (7,86%), além da carne bovina de segunda (6,12%).

“Tivemos um inverno bastante rigoroso tanto nas temperaturas baixas quanto na falta de chuvas, isso influenciou as grandes variações nos preços dos alimentos”, apontou o engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá de Benedetto.

Na contramão, alguns produtos de primeira necessidade tiveram queda significativa. Enquanto o feijão caiu 15,55%, com um custo médio de R$ 3,38, o quilo, o preço do quilo da batata foi além, ao apresentar um recuu de 21,66%, o que fez com o item fosse encontrado a R$ 2,55.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;