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Cotas dividem opiniões
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
20/11/2011 | 07:00
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Em 2000, o Brasil adotou sistema de cotas nas universidades.Cada instituição tem autonomia para implantar o sistema ou não, e ainda destinar as vagas como achar melhor. O Rio de Janeiro, por exemplo, aprovou lei que garante 50% das vagas para estudantes da rede pública e 40% para autodeclarados negros ou pardos. Mas tramita no Congresso projeto de lei, de 2008, que institui a obrigatoriedade das cotas.

O assunto divide opiniões. Para Maria da Graça Gonçalves, professora de psicologia, a iniciativa é importante porque aponta problema de desigualdade. "É só os universitários observarem quantos negros são seus colegas de classe." Rosangela Malachias, da coordenadoria de Igualdade Racial de Mauá, é mais radical. "Muitos se incomodam com as cotas, mas ninguém repara que só ter brancos já mostra que alguma coisa está errada." O estudante de São Bernardo Guilherme Pimenta, 16, também é a favor. "Ajuda as pessoas menos favorecidas."

Na opinião de Ana Barbieri, professora da ESPM, a cota deveria estar mais relacionada a questão financeira. "Nem sempre vão ser os negros que não terão condições de pagar uma universidade." Para Ali Darouiche, 17, todos devem ter os mesmos direitos. "Acredito que se houver melhora no ensino e na questão social todos serão capazes e não será preciso depender de cotas."

Não é apenas na universidade que as cotas geram polêmicas. Na São Paulo Fashion Week, por exemplo, muitas grifes não cumprem a determinação de contratar o mínimo de 10% de modelos negros ou indígenas. Neste ano, a grife Osklen fez homenagem à herança cultural afro-brasielira e, mesmo assim, o casting não foi composto apenas por modelos negros. O estilista Oskar Metsavaht declarou que, mesmo pedindo ajuda, teve dificuldades em encontrar profissionais experientes e com perfil da grife. O estilista Samuel Cirnansc, também neste ano, usou só modelos brancas.




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