Quem costuma pendurar as meias na janela para o Papai-Noel colocar o presente de Natal, deve optar por uma de cano baixo, talvez até uma modelo soquete. De acordo com os dados apurados pela pesquisa realizada pelo Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni Consultores Associados, o índice de consumidores que pretendem efetuar uma compra no último trimestre de 2013, o que inclui Dia das Crianças e Natal, é o mais baixo desde 2006: 46,8%. Dentre as categorias analisadas, o item ‘Vestuário e Calçados’ desponta como o de maior intenção de compra, com 24%, seguido por ‘Viagens e Turismo’ (12,6%) e ‘Linha branca’ (8%). Ou seja, as pessoas querem virar o ano de roupa nova e viajando. Se possível, com a cozinha e a lavanderia bem equipadas.

Pode parecer uma expectativa simplória, mas os responsáveis pelo estudo acreditam que, nos últimos anos, boa parte das pessoas já renovou seus bens duráveis e não tem necessidade de continuar comprando. Além disso, por causa das compras, sua renda está comprometida com essas dívidas.

“Por outro lado, o crescimento da renda não tem se dado no mesmo ritmo de alguns anos atrás”, lembra o professor Nuno Fouto. Outro fator que impacta é a preocupação com o futuro. “O governo não tem conseguido passar a mensagem de que a situação não está tão ruim. Então, mesmo com a taxa de desemprego em baixa, as pessoas temem perder o emprego”, observa o professor Claudio Felisoni. “Além disso, o impacto psicológico do endividamento é grande e faz com as pessoas pisem no freio do consumo”, diz.