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Hábito de viajar cresce entre idosos, que já movimentam R$ 1,62 bilhão

Setor de turismo aposta no programa Viaja Mais Melhor Idade para conquistar novos clientes

Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
03/10/2013 | 07:07
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Pressurizar. Esse é um verbo que está fora do vocabulário de muita gente, mas que merece atenção. Ele é derivado do substantivo pressurização, que descreve o processo de conservar (de modo artificial) a pressão, fazendo com que esta se mantenha normal dentro de um local fechado. Isso ocorre, por exemplo, quando a porta de um avião é fechada. Paradoxalmente, entretanto, as pressões da vida cotidiana costumam se desfazer quando esse procedimento é realizado na cabine.

“A capacidade quase mágica que uma viagem possui de fazer as pessoas verem a vida e o mundo por outro ângulo faz com que quem embarque uma vez se apaixone pela experiência e queira repetí-la sempre”, diz o vice-presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem), Leonel Rossi. “Quando essa descoberta ocorre na terceira idade, que é a fase em que a pessoa tem tempo disponível e renda garantida, a chance é ainda maior de que a pessoa passe a se programar para conhecer mais lugares novos”, completa Rossi.

Por isso, o dirigente acredita que o programa Viaja Mais Melhor Idade, promovido pelo Ministério do Turismo e apoiado pelas principais entidades do setor, seja um importante incentivo para que a terceira idade amplie seu consumo de viagens.

Hoje, os maiores de 60 anos movimentam cerca de R$ 1,62 bilhão em passagens, hospedagem, traslados e passeios. Embora o valor seja significativo, ele ainda representa apenas 4% do total de movimentação do setor que, em 2012, foi de R$ 40 bilhões.

“Mas, a boa notícia é que o crescimento deste grupo de compradores está sendo cerca de 50% mais rápido do que o do público em geral. Enquanto o crescimento médio é de 7%, se considerarmos as vendas para os aposentados vemos que o crescimento supera os 10%”, completa Rossi.

Os agentes de viagem têm consciência que muitos dos idosos passam por uma sensível diminuição da sua renda mensal com a aposentadoria, mas não enxergam isso como desestímulo e investem na aproximação com esse público.

“As pessoas se enganam achando que viajar está fora do seu poder aquisitivo. Por exemplo, um pacote para Fortaleza, com passagem aérea saindo de São Paulo, de sete noites de hotel, traslados e um passeio, custa R$ 950 em dez pagamentos. Quem acha isso puxado, tem a opção de Porto Seguro por dez vezes de R$ 65. Com o mínimo de planejamento financeiro, dá para arrumar as malas”, diz Rossi.

Quem preferir estender mais o prazo de pagamento, pode escolher as agências que, por meio de parceria com os bancos do Brasil e Caixa Econômica Federal, parcelam as ofertas do programa voltado para a terceira idade em até 48 vezes com juros reduzidos.

O fato de as viagens serem programadas fora do período de férias escolares, considerado alta estação, deve ser tomado como vantagem porque evita que os veteranos passem pelos extremos climáticos (muito frio ou calor) e evitem ter de enfrentar filas nestas condições. Além disso, o atendimento tende a ser mais atencioso e personalizado.

EMBARQUE IMEDIATO - Criado para movimentar os destinos na baixa estação e ampliar o público consumidor de turismo, o Viaja Mais Melhor Idade fechou o primeiro mês de relançamento com mais de 236 mil acessos em seu site na internet.

Uma análise do mostrou que a oferta mais procurada foi um passeio a Trancoso, saindo de Porto Seguro, no Litoral Sul da Bahia. A maior oferta de viagens, entretanto, foi para a cidade serrana gaúcha de Gramado, com cinco pacotes entre os 30 mais acessados.

“O programa vai oferecer oportunidades de viagem a um público cada vez mais numeroso”, disse o ministro do Turismo, Gastão Vieira, que já está providenciando o aumento da oferta de destinos e pontos de partida.

Atualmente, são oferecidos 70 destinos no País, mas a meta é ampliar número de destinos e locais de partida para atingir todos os Estados brasileiros.
 




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