Economia Titulo Emprego
Construção civil perde
4.029 vagas em 12 meses

Retração da produção nas indústrias influiu para o
menor ritmo de obras nas cidades do Grande ABC

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
10/09/2013 | 07:07
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André Henriques/DGABC/12.03.2013


O setor da construção civil do Grande ABC já registra a perda de 4.029 postos de trabalho nos últimos 12 meses até julho, aponta pesquisa do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo). A retração é significativa: o atual contingente de trabalhadores do setor na região (47,6 mil) é 7,8% menor que o total de pessoas empregadas na atividade em junho de 2012.

Esse período ficou marcado como o segundo pior desempenho do nível de ocupação no segmento, em termos percentuais, no Estado. Só perde para o Litoral, que está com variação negativa de 7,9%, embora, nesse caso, como o contingente de pessoas empregadas na construção é não é tão grande (são ao todo 32.403), foram eliminadas 2.748 vagas. Ao mesmo tempo, a Capital está com variação positiva (2,11%), com a abertura de 8.703 vagas.

Para a diretora adjunta da regional do SindusCon-SP no Grande ABC, Rosana Carnevalli, como a região é um polo industrial, a retração da produção nas fabricantes no ano passado influiu para o menor ritmo de obras no ano passado. “Em outras regiões têm a agricultura, por exemplo; aqui há impacto forte da manufatura”, diz.

E a ocupação no segmento segue tendência de redução. Neste ano, depois de mostrar reação no primeiro trimestre, com a abertura de vagas, mais recentemente as empresas do ramo passaram a cortar postos de trabalho. Só em julho, o saldo (diferença entre contratações e demissões) ficou negativo em 787 empregos. No acumulado deste ano, de janeiro a julho, há 616 vagas a menos na área nos sete municípios.

Mudanças nos planos diretores de municípios da região, que reduziram o índice de aproveitamento do solo, também teriam impactado na atividade, avalia a dirigente. Isso porque muitas construtoras, nos últimos anos, vieram para a região atraídas pelo fato de o Plano Diretor da Capital ter passado por mudança no zoneamento, que restringiu (e encareceu) a edificação. Porém, mais recentemente, os poderes públicos municipiais seguiram o mesmo caminho e também limitaram o tamanho das obras.

OTIMISMO - Apesar dessas limitações, a diretora adjunta da regional do SindusCon-SP ainda demonstra otimismo, acreditando que a atividade mostrará crescimento neste ano em relação a 2012. Isso porque, na sua avaliação, existe demanda da população por imóveis e o crédito segue favorável.

Levantamento da entidade projetava há alguns meses que o setor cresceria 3% em vendas em 2013 e, consequentemente, também em empregos. “Estamos revendo para 2% e ainda espero que não deixe de crescer, para acompanhar o PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, a evolução da economia do País)”, afirma.
 




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