Artigo

“Paranapiacaba agora é nossa!”. Com estas palavras, o prefeito Celso Daniel (morto em 2002) selou, em 2002, a compra da Parte Baixa da vila ferroviária inglesa que pertencia à Rede Ferroviária Federal. Ciente da importância do local, tombado como patrimônio histórico nacional, e do abandono em que se encontrava, o chefe do Executivo decidiu investir na recuperação desta riqueza andreense. E acertou!

Após a aquisição, muitas melhorias foram realizadas. Mesmo com recursos limitados, as parcerias permitiram restaurar importantes espaços, como o Museu Castelo, o Clube União Lyra Serrano e as casas que abrigam o Centro de Referência em Arquitetura e Urbanismo da Vila, a biblioteca local e o posto do Corpo de Bombeiros. O patrimônio natural da Vila também foi contemplado e ganhou, em 2003, o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, unidade de conservação municipal que compõe o cinturão verde de São Paulo e integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como relevante valor para a humanidade.

Outra preocupação do governo, à época, foi criar programas para garantir que os moradores conseguissem se sustentar utilizando a Vila como fonte de renda. O projeto Portas Abertas é um exemplo, incentivou os moradores visionários a abrirem empreendimentos como pousadas, bares e restaurantes. Já o Programa de Jovens pensou em formar monitores para receber turistas com ênfase no pensamento: trabalhe sem sair de casa mostrando as belezas naturais de onde mora. Todas as ações foram atreladas a um calendário de atividades para atrair visitantes, nasceram então o Festival Gastronômico do Cambuci e o Festival de Inverno, que mais tarde tornaram-se referência.

Apesar de a última administração ter deixado este esforço de lado, o governo do prefeito Carlos Grana trouxe esperança para Paranapiacaba. Santo André foi uma das 44 cidades brasileiras contempladas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Cidades Históricas para obras de restauro. Nos próximos anos teremos R$ 42,4 milhões para a execução de projetos de recuperação da ‘nossa’ Vila.

Os projetos preveem recuperar imóveis representativos do modo de vida inglês e do patrimônio ferroviário, além da requalificação dos espaços públicos. Melhorias que darão início a outra etapa na história de Paranapiacaba e que permitirão, inclusive, a retomada da candidatura a patrimônio da humanidade pela Unesco. Por tudo isso, afirmamos com todas as letras: Paranapiacaba é definitivamente nossa, população andreense!

Ricardo Di Giorgio é secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense.

Palavra do leitor

Parque dos Pássaros
É risível o que disse a senhora Valéria Correa (revista Tudo Imóvel & Decoração, dia 2), quando afirma que o Parque dos Pássaros é bairro carente de muitas coisas na área imobiliária. Talvez ela não saiba que é um dos bairros de classe média alta de São Bernardo. Portanto, é dotado de infraestrutura de primeiro mundo. Mais de 90% das residências são equipadas de áreas de lazer familiar, que fazem inveja a qualquer condomínio verticalizado. O bairro, através de sua coletividade, vem lutando, junto à administração pública municipal, no intuito de impedir mudança de ocupação do solo ora vigente, a fim de evitar especulação imobiliária sobre os lotes ainda vazios, com construções no sentido vertical.
Francisco Emídio Carneiro
São Bernardo

Outra época
Recentemente consultei amigo que tem enteado que estuda no Colégio Singular, em Santo André, para, com isso, avaliar se valia a pena transferir para essa escola a minha enteada, que vai concluir o Ensino Fundamental. Quando vi o boleto, fiquei impressionado com o que constava num espaço destinado à identificação da família do estudante. O sobrenome era do pai sanguíneo, que não tem participação nenhuma na educação do jovem. Não se trata de detalhe irrelevante. Hoje, o conceito de família mudou. O mundo mudou! A escola deve acompanhar as mudanças. Um detalhe desses só revela o anacronismo do colégio, que deve se refletir em outros aspectos de seu ensino. É possível objetar dizendo que a linha da escola visa conservar a moral, os bons costumes, a família e a propriedade, como parece. Acho que a moral e os bons costumes são dinâmicos como a sociedade, são socialmente construídos. Concordo que temos que dar formação a partir de valores sólidos aos nossos jovens, porém sem anacronismo, caso contrário teremos de retroceder à Pré-História.
Carlos Augusto de Campos
Santo André

Resposta
Em resposta à carta do leitor Celso Luiz Davanso (Convite, dia 1º), a Prefeitura de Santo André informa que nos últimos sete meses foram realizados 295 mil m² de capinação manual e 4,619 milhões de m² de roçagem, poda de 13.125 árvores e 367 remoções, além da instalação e manutenção de brinquedos em praças e parques, mobiliários, alambrados de quadras e academias ao ar livre. Mais de quatro quilômetros de ruas foram asfaltados e 44.977 buracos tapados, além da construção de ponte na Avenida dos Estados e implantação de passarela na Avenida Prestes Maia. As remoções de árvores próximas à Pirelli ocorreram devido à contrapartida negociada na gestão anterior para construção do Shopping Atrium. Estamos em contato constante com o governo do Estado de São Paulo para construção do Poupatempo. Sobre o Parque Tecnológico, o projeto já foi apreciado e aprovado pelo Legislativo, com definição da área, e protocolado junto ao governo federal pedido de recursos para viabilizar o empreendimento.
Prefeitura de Santo André

Tem Esportes
Dia 24, fiz minha matrícula na Tem Esportes, no Jardim do Mar, em São Bernardo. Utilizei cartão de débito para o pagamento de R$ 809,90, equivalentes a seis meses de academia. Quando fui fechar as despesas mensais, observei no extrato bancário que a Tem debitou duas vezes esse valor. No dia 2, fui até a Tem, conversei com a coordenadora e esta me disse que iria verificar com o financeiro. Na quarta-feira, dia 4, fui novamente até a Tem para saber se haviam resolvido minha situação, mas nada! Estou indignada com a falta de respeito que a Tem oferece aos seus clientes. O departamento financeiro com certeza viu esse débito duplo e permaneceu inerte. Desculpe-me, mas minha paciência esgotou. Agora vou buscar meus direitos. A conta vai ficar cara! Que desagradável! No dia 5 liguei novamente, mas, até o momento não obtive qualquer retorno. Meus dois filhos já estavam matriculados na Tem (natação). Os meus contatos estão no sistema da Tem do Jardim do Mar, para que não haja desculpas.
Lucia Aparecida S. Nunes Rufato
São Bernardo

Transformou-se
Dia 31, por volta de 16h30, meu sobrinho de 14 anos foi assaltado enquanto jogava bola com amigo em uma quadra no bairro Fundação, em São Caetano, em frente ao posto da GCM. Os indivíduos, portando uma faca grande, levaram o tênis, celular e bicicleta. Após ouvir o relato fui até a quadra por duas vezes e, para minha surpresa, não há guardas no local! Em nenhum momento vi movimentação na base da GCM, tudo fechado, trancado e abandonado, em uma cidade que se diz de primeiro mundo, com maior IDH e onde que nasci e moro há 30 anos! Indignação é o sentimento! Culpa da polícia, que está sendo privada de exercer sua profissão? Não! Então a culpa é de quem? E o problema é de quem? Nunca, jamais, em toda minha vida vi ou imaginei que nossa Segurança estaria nessa situação precária! Não gosto de política, e não faço a menor questão de discutir esse assunto, mas fato é que bastou a troca de gestão para nos perguntarmos: cadê a minha São Caetano?
Ana Angélica Mattos
São Caetano