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Indústria da região tem êxito com sapatilhas
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
09/09/2013 | 07:36
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Andréa Iseki/DGABC


Em eventos de casamento, normalmente após todas as formalidades realizadas – como o ritual da celebração, os cumprimentos dos noivos e a valsa – vem a hora em que muita gente vai para pista de dança aproveitar o melhor da festa. Nessa hora, há convidadas, de vestido longo e salto alto, que não resistem: tiram os sapatos, ficam descalças ou põem chinelos, recebidos de brinde, para ficarem mais confortáveis.

Esses momentos, quase sem querer, se tornaram oportunidade de negócios valiosa para o empresário José Luís Tavares. Durante 15 anos, ele teve academia de dança, mas nesse período passou por turbulências financeiras. Quando sua primeira filha nasceu, ele decidiu abrir uma loja (de artigos para dança), para tentar se estabilizar: a experiência não deu muito certo e ele já pensava em fechar o estabelecimento, quando, em menos de duas semanas, duas pessoas diferentes ligaram pedindo sapatilhas para dar de lembrança em casamentos.

Ele nunca tinha pensado nessa alternativa de vendas para o produto, mas viu a encomenda como “uma coisa de Deus” e resolveu abraçar a ideia. Surgia a Aftershoes, em Santo André. “Eu já tinha pensado em fabricar sapatos e tinha pago um sapateiro para me ensinar o ofício, por isso, eu dominava o processo e costurei uma sapatilha do começo ao fim. O primeiro pedido, de 300 pares, eu cortei à mão. Depois, comprei uma máquina de corte e comecei a vender pela internet”, disse.

Tavares cita que, há quase quatro anos, quando ele começou, havia poucos concorrentes. Ele pesquisou e percebeu que muito do que havia no mercado podia ser aprimorado. “Faziam em TNT (Tecido Não Tecido – não passa por processo têxtil, mas por uma aglomeração de fibras); eu resolvi fazer em cetim”, afirmou. No início, ele montava as peças no fundo da loja e terceirizava a costura. Com investimentos em maquinário, a locação de um espaço no bairro Casa Branca, em Santo André, e a contratação de costureiras, ele aos poucos foi crescendo e ganhando aceitação no mercado.

No primeiro ano, a Aftershoes vendeu cerca de 1.000 pares por mês. Atualmente já comercializa, mensalmente, 7.000 pares, com preços que oscilam entre R$ 9,50, no caso da feita de plástico, para R$ 11,50, a de cetim de enrolar. Esses valores se referem a compras acima de 50 pares. Abaixo disso, sai mais caro. “Já batemos as vendas para 10 mil casamentos; já produzimos até hoje cerca de 180 mil pares (desde que a empresa foi criada)”, citou. E além de atender clientes em todo o Brasil, já exportou para países como Portugal, França e Estados Unidos.

A companhia fatura hoje em torno de R$ 80 mil por mês e projeta expansão de 10% neste ano. Apesar do impulso, o empresário avalia que ainda há muito espaço para crescer. “Acho que as pessoas ainda vão perceber que a sapatilha é essencial; um dia será como um bem-casado (o doce que não costuma faltar nas festas núpcias)”, disse.

 

Empresário se prepara para abrir loja de brindes em shopping de Mauá

 

Depois de montar a Aftershoes, José Luís Tavares já se prepara para dar mais um passo como empreendedor: vai abrir neste mês loja no Mauá Plaza Shopping no ramo de brindes customizados.

O objetivo é que os clientes possam personalizar objetos dos mais variados, de canecas, camisetas, celular até, por sua experiência, sapatilhas. Ele acrescenta que vai aproveitar a estrutura da companhia que criou, mas revela que investe cerca de R$ 50 mil nessa empreitada.

“A ideia é se tornar uma rede de franquias”, afirma, com convicção. Também está nos planos oferecer acesso aos produtos pela internet. “Estamos fazendo estudos de mercado para surpreender, para ter inovação”, disse.

EXPANSÃO

Tavares se orgulha do êxito da Aftershoes e calcula que a empresa tem valor de mercado de, aproximadamente, R$ 800 mil. E se estrutura para ampliar a produção. Há algum tempo, adquiriu uma fábrica desativada de calçados em Jaú, no interior de São Paulo. A planta fabril não está operando, mas o espaço é opção para futuras expansões.  




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