Economia Titulo Empregos
Mercedes recua em decisão
de pôr 300 em licença

Sindicato diz que agora tem início debate sobre o
futuro da fábrica; na quinta haverá outra reunião

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
03/09/2013 | 07:13
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André Henriques/DGABC


A Mercedes-Benz voltou atrás na decisão, comunicada na sexta-feira, de colocar cerca de 300 funcionários da fábrica de São Bernardo em licença remunerada por prazo indeterminado.

A montadora, que conta hoje com cerca de 12,5 mil empregados na unidade da região, informou na semana passada, por correspondência, que a medida seria adotada porque buscava reduzir custos para elevar a competitividade.

A intenção era que as áreas da companhia se adaptassem sem esses empregados. Ou seja, seria demití-los.

A decisão foi tomada ‘unilateralmente’, sem conversas prévias com os representantes dos trabalhadores, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em protesto pelo fato de a empresa ter colocado os 300 em licença e sem ter negociado com o sindicato, os funcionários decidiram em assembleia, na sexta-feira, na porta da fábrica, cruzar os braços nesse dia e também deixaram de fazer horas extras no fim de semana.

Ontem, pela manhã, em assembleia na frente da unidade fabril em que os metalúrgicos decidiriam se continuariam ou não paralisados, eles foram informados pelo sindicato de que a montadora recuou na intenção de deixar os cerca de 300 – segundo a empresa, mensalistas (da área administrativa) e horistas indiretos, ou seja, de atividades de suporte, como manutenção – em casa.

Segundo o diretor de organização da entidade, Moisés Selerges, não dá para falar em vitória, mas sim no início do “jogo” para pensar o futuro da fábrica. “As cartas estão na mesa e a gente vai ter de continuar mobilizado”, disse.

Procurada, a Mercedes-Benz informou que a licença remunerada dos cerca de 300 funcionários foi adiada temporariamente porque está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Esta posição se manterá até que empresa e entidade cheguem a um acordo sobre o assunto.

Na quinta-feira, o sindicato se reunirá com a direção da montadora para debater a situação dos trabalhadores na fábrica e iniciar as conversas para busca de alternativas, a fim de manter os empregos. Um dos objetivos, afirma Selerges, é pressionar para que sejam feitos novos investimentos na planta fabril. O sindicalista, porém, acredita que esse é um processo de negociação complexo, que deve levar mais do que “uma ou duas reuniões”.
Neste ano, a companhia já abriu cinco PDVs (Programas de Demissão Voluntária) na unidade de São Bernardo, que já resultaram no desligamento de cerca de 500 pessoas, também com o objetivo de tornar a fábrica mais competitiva.

MERCADO - A decisão de demitir e colocar funcionários em férias coletivas ocorre em momento em que as vendas de caminhões vêm em ascensão, neste ano. A companhia registra crescimento de 4,2% nos licenciamentos desses veículos, de janeiro a julho, na comparação com o volume comercializado no mesmo período de 2012.
 




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