A assessora especial da Prefeitura de São Caetano, Gica Pinheiro (PMDB), garantiu que o projeto de reforma administrativa que tem foco de redução de 30% das despesas será apresentado pelo prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) até sexta-feira.

Gica explicou que o projeto está pronto e vai seguir a linha inicial de demissões, junções de Pastas e reorganização. “A Prefeitura de São Caetano não paga o dia a dia dela. Além do nosso problema de dívida (herança de R$ 264,5 milhões em restos a pagar), é necessário enxugar para poder, no futuro investir na cidade toda. Infelizmente vamos ter que cortar pessoas e secretarias e assim por diante. Mas isso é uma coisa que o prefeito está tratando.”

A proposta, segundo a assessora, será conduzida para não prejudicar o andamento de serviços atuais. “Quando a gente faz extinção de secretarias, parece que o serviço vai deixar de ser prestado, e não é isso. É reorganização, junção de Pastas para otimizar o serviço e o número de funcionários. Vamos cortar a gordura”, garantiu.

Os cofres municipais estão negativos em cerca de R$ 15 milhões levando em conta somente os últimos oito meses. “Quando recebemos a notícia da liberação da CND (Certidão Negativa de Débitos, que vinha bloqueando repasses ao município), no outro dia de manhã chega uma pancada de um precatório. O Tribunal de Justiça (TJ-SP) queria que a gente recolhesse R$ 25 milhões e não temos receita para isso, então o desembargador queria sequestrar e não teríamos como pagar a folha (do funcionalismo) do mês. Corremos para falar com o desembargador para provar que não temos receita e parcelar o precatório.”

Após a aplicação da reforma, a expectativa do Palácio da Cerâmica é solucionar de vez o impasse. “Passamos oito meses apagando incêndios todos os dias. Espero que os últimos três meses do ano sirvam para fazer planejamentos. Queremos ações e investimentos concretos”, declarou Gica.

PERFIL POLÍTICO
O desempenho do primeiro escalão também será ajustado na reforma administrativa. Gica explicou que Pinheiro fará trocas de secretários para substituir o foco técnico pelo político. O prefeito assumiu o Paço e alçou funcionários de carreira ao comando de Pastas importantes. Entretanto, a falta de entrosamento político com o Legislativo tem feito os parlamentares atacarem a postura de algumas secretarias.

“Esses oito meses foi o prazo, o período de transição, para ver o que está funcionando e o que não está. Alguns secretários souberam tirar leite de pedra, outros não. Não digo que é por incompetência, mas sim por conta da falta de dinheiro. Quando tem verba fica fácil trabalhar. Os nomes técnicos podem continuar atuando no Paço. Precisamos renovar para ter uma visão política, e não técnica. É isso que a Câmara tem nos cobrado”, afirmou a assessora especial.