Há várias semanas que a dona de casa não percebe aumento tão grande no preço do carrinho de compras. Segundo a Craisa (Companhia de Abastecimento Integrado de Santo André), a cesta básica, formada por várias quantidades de 34 produtos, está R$ 13,21 mais cara do que na semana passada. O preço atingiu R$ 397,52. Este é o maior encarecimento desde a segunda semana de janeiro, quanto o grupo de itens ficou R$ 21,36 mais caro.

Nesta semana, o inimigo do bolso foi o grupo hortigranjeiro. Na média, os produtos deste segmento ficaram 8,95% mais salgados. Considerando os grupos, a pressão também veio dos alimentos, que encareceram na média 2,4%, dos itens de limpeza doméstica, com alta de 2,28%, e dos de higiene pessoal, com acréscimo de 1,17%.

A Craisa calcula o valor da cesta básica semanalmente. Para chegar ao montante, a companhia estima a quantidade de cada um dos 34 produtos que uma família, com dois adultos e duas crianças, consome mensalmente. Os valores são apurados de segunda e terça-feira em vários supermercados da região. Nesta semana foram 13 estabelecimentos em Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema. Nesta coleta, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ficaram de fora.

Entre os 34 produtos pesquisados, 26 deles registraram altas nesta semana sobre a anterior. Outros dois tiveram estabilidade e seis ficaram mais baratos.

Técnico agrícola da Craisa, Joel Diogo de Arruda Guerra disse que as misturas tiveram destaque no aumento da cesta. Segundo a pesquisa, o preço médio do quilo da carne de primeira (coxão mole, por exemplo) estava em R$ 15,42, alta de 6,4%, e da de segunda (acém), R$ 10,90, expansão de 5,8%.

"Mas no mercado de atacado o preço do gado de corte está caindo, o que aponta para, no mínimo, estabilidade para o consumidor na próxima semana", avaliou Guerra. "Mas vale uma ressalva que o milho, que vai nas rações, não para de subir, e esta pode ser argumentação dos produtores para segurar a queda do preço."

Diferença entre mercados chega a 204% na região

Os consumidores encontram alguns produtos com preços bem diferentes de mercado para mercado, de acordo com o levantamento da Craisa (Companhia de Abastecimento Integrado de Santo André). Prova disso é a disparidade entre o quilo da batata, que chegou a 204,21%. Enquanto um estabelecimento de São Bernardo cobrava R$ 0,95 pela quantidade do produto, outra unidade da mesma bandeira, em São Caetano, tinha o valor mais caro verificado pelos pesquisadores, de R$ 2,89.

Mas a dona de casa, provavelmente, se assustou mais com o preço do quilo tomate, que tinha diferença de 150% entre os mercados. Em estabelecimento de Santo André, o pacote do fruto custava R$ 9,99, um dos maiores valores coletados pelo Craisa desde o início da pesquisa. Por outro lado, o mesmo produto custava R$ 3,99 em supermercado de Diadema.

VARIAÇÕES - O tomate, mais uma vez, foi líder na lista das maiores altas na média dos preços, com variação de 21,33% sobre o resultado da semana passada.

As galinhas ainda não botaram ovos de ouro, mas a dúzia do branco ficou 7,47% mais cara do que na semana passada. O quilo do frango seguiu de perto o encarecimento, com expansão de 6,97%, e o valor do pacote de bolacha maizena teve elevação de 6,9%.

Enquanto o tomate sobe, a lata de 340 gramas de extrato do fruto ficou 5,73% mais barata. Em seguida aparecem a sardinha em lata de 125 gramas com queda de 5,26%, o pacote de um quilo de feijão-carioca, com decréscimo de 5,15%, e o saco de 500 gramas de farinha de mandioca torrada, com retração de 1,89%.