Cultura & Lazer Titulo Teatro
Falta de diálogo enche de incertezas projeto da Escola Livre de Teatro

Espaço sofre com problemas estruturais; laudo condena sede à desativação para obras de reforma

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
14/08/2013 | 07:02
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Orlando Filho/DGABC


O clima é de tensão nos bastidores da Escola Livre de Teatro de Santo André. Problemas estruturais e administrativos, que se arrastam por tempos, põem apreensivos mestres, aprendizes e funcionários.


Em laudo de vistoria técnica da Prefeitura, realizada na sexta, foram encontrados os seguintes problemas no espaço – que além da sede da ELT abriga o Teatro Conchita de Moraes: sistema de iluminação de emergência desativado; sinalização de emergência e rota de fuga inexistentes; sistema de combate a incêndio sem manutenção ou teste de funcionamento, forro de sala de aula em processo contínuo de desabamento; telhado com múltiplos pontos de vazamento; além de iluminação insuficiente nos locais de trabalho e problemas em toda a instalação elétrica. Questões detectadas há anos por quem frequenta a escola. Tanto que, no início do ano, mestres e aprendizes entregaram documento à municipalidade levantando a questão da precariedade estrutural da ELT.


É recomendado no laudo, ainda, que o espaço seja desativado e submetido à reforma geral para ser reaberto apenas após emissão de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.


A Prefeitura andreense, no fim do ano passado, estava com licitação aberta para a reforma do telhado. O contrato, que seria homologado no início deste ano, com prazos fixados para a execução da troca da cobertura, não foi feito.


Salários de mestres foram atrasados em três ocasiões neste ano: em janeiro, maio e julho. Em uma delas, foi pedido aos profissionais da escola, poucos dias antes do dia de pagamento, relatório sobre suas atividades.


O objetivo da demanda era questionar a licitação que envolve a instituição, a Cooperativa Paulista de Teatro e Prefeitura. A parceria existe para não haver interferência política no projeto pedagógico da escola, para que as diretrizes do espaço e a escolha dos profissionais integrantes do projeto sigam preceitos artísticos.


Também, a escola passou períodos sem funcionários do setor de limpeza. Aprendizes, além de funcionários administrativos, arregaçaram as mangas para deixar o espaço limpo.


Depois de maio, última vez que representantes da escola foram recebidos pela Secretaria de Cultura, várias reuniões foram canceladas sem justificativa. A falta de diálogo com o poder público é uma das principais queixas da escola.


Por enquanto, ninguém sabe o que vai acontecer. Questionada sobre todo o imbróglio, a Prefeitura informou apenas que “planeja a revitalização do Teatro do Conchita de Moraes, sede da Escola Livre de Teatro, em atenção às reivindicações da população, e aguarda dotação orçamentária para o início das obras.”


Segundo o coordenador pedagógico, Thiago Antunes, o clima e a falta de informações concretas têm deixado todos tensos, mas não atrapalhado os trabalhos. “Não temos deixado isso afetar nosso trabalho, fazemos nossas reuniões e já iniciamos o planejamento para o próximo ano, inclusive com reestruturações em alguns núcleos. Por outro lado, as constantes pressões que sofremos acabam deixando o corpo de mestres, e consequentemente os aprendizes, em clima de constante apreensão. Pessoas em vias de se formar ou que entraram na escola há pouco não sabem se de fato farão o curso que imaginaram.” 




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